26 de fevereiro de 2018

Analistas acreditam que a ambição de crescimento da Hyundai é pura ilusão

A ambição de controlar cinco por cento da frota global apenas em quatro anos, a partir de agora, é uma ilusão, diz a Drewry numa nova análise da transportadora de contentores Hyundai Merchant Marine. Isso também seria desastroso para o setor, observa a empresa.
A Hyundai Merchant anunciou recentemente que em breve irá fazer um pedido para 14 meganavios de contentores de 22.000 TEU e regressar às rotas da Ásia-Europa. No entanto, o operador ainda está longe de estar livre da crise do transporte marítimo contentorizado, tendo, apresentado prejuízo de mil milhões de USD no ano passado. Nesta perspectiva é, altamente, improvável que a HMM possa conquistar parte do mercado aos maiores rivais, incluindo a CMA CGM e a MSC, mantendo a encomenda de novos navios, segundo a Drewry.
A HMM, actualmente, controla 1,5% da frota global e parece curto que com apenas 1,2 milhão considerando a actual frota e a lista de encomendas, venha a conseguir alcançar esse desiderato. De acordo com Drewry, a HMM precisaria de outros 830,000 TEU (ou seja, 38 meganavios de 22 mil TEU cada). Segundo escrevem os analistas da Drewry, a transportadora precisa de restabelecer a confiança perdida e, depois, providenciar os meios necessários para financiar esse crescimento. Convém lembrar que a Hyundai Merchant já depende do financiamento do recém-criado fundo da Coreia do Sul, Korea Maritime Corporation, criado para apoiar o sector de transporte e construção naval do país, na sequência do colapso da empresa Hanjin Shipping.
Frota de porta-contentores HMM, a 22 de Fevereiro de 2018

Nº de Navios
‘000 TEU’s
Média de Idade
Frota Própria
25
197
9,1 anos
Frota Afretada
38
171
9,5 anos
Total
63
368
9,3 anos

Fonte: Drewry Maritime Research
Por outro lado, o crescimento pretendido pela HMM seria desastroso para o sector e, até mesmo, para a própria HMM. Segundo a Drewry este aumento de oferta levaria a um retrocesso no valor das taxas de frete, o que aprofundaria as perdas da HMM e uma vez mais aumentaria os receios de colapso, cenário incompatível com o objectivo primário da HMM de restaurar a confiança na sua marca.
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