Uma equipa de seis investigadores das Faculdades de Ciências
e Tecnologia (FCTUC) e Farmácia (FFUC) da Universidade de Coimbra (UC) está a
desenvolver uma solução inovadora para o tratamento de águas residuais
domésticas, combinando a utilização de ozono fotocatalítico e biofiltros com
uma amêijoa de água doce conhecida como amêijoa asiática (Corbicula fluminea).
O objectivo deste projecto, financiado pela Fundação para a
Ciência e Tecnologia (FCT), é conseguir uma solução integrada, e vantajosa do
ponto de vista económico, para aumentar a eficácia das Estações de Tratamento
de Águas Residuais (ETAR), informa a Universidade de Coimbra.
A metodologia proposta nesta investigação pode ajudar a
mitigar os impactos ecológicos provocados pela amêijoa asiática, uma espécie
invasora dos nossos ecossistemas. Esta espécie de bivalve causa também danos
significativos na indústria que usa captação de água como, por exemplo,
estações de tratamento de água para consumo e centrais termoeléctricas, uma vez
que cresce e multiplica-se muito rapidamente nas tubagens e outras estruturas,
provocando graves problemas de biofouling
(incrustação).
No entanto, esta amêijoa pode deixar de ser um inimigo
quando usada para “devorar” poluentes. Na verdade, podemos utilizar «a sua
enorme capacidade de filtração e bioacumulação para remover os poluentes
químicos e biológicos presentes nas águas residuais. Das várias experiências já
realizadas em laboratório, em apenas oito horas, as amêijoas conseguiram
eliminar todas as bactérias E. coli
inicialmente adicionadas», revela o investigador do Departamento de Engenharia
Química da FCTUC.
A próxima fase do projecto passa por optimizar os dois
processos. De momento trabalha-se em águas sintéticas, ou seja, em águas onde se
controla a composição inicial, mas, no ambiente real, sabe-se que as ETAR têm
um grande manancial de compostos químicos e biológicos. Por isso, é necessário
proceder à transposição de escala, do laboratório para a estação de tratamento,
para validar estes resultados promissores.
A fase piloto será realizada em parceria com a
Adventech, uma Startup da FCTUC que
desenvolve tecnologias avançadas para o tratamento de efluentes domésticos e
industriais.Fonte
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