5 de maio de 2017

58 Marítimos sequestrados apenas no primeiro trimestre de 2017

Piratas e ladrões armados atacaram 43 navios e capturaram 58 marítimos no primeiro trimestre de 2017, um pouco mais que no mesmo período do ano passado, de acordo com o último relatório da ICC sobre a pirataria (International Maritime Bureau’s (IMB).
O relatório global destaca a violência persistente em pontos ao largo da Nigéria e em redor do sul das Filipinas – onde dois tripulantes foram mortos em fevereiro. A Indonésia também relatou incidentes frequentes, principalmente furtos de baixo valor em embarcações ancoradas.
No total, 33 navios foram invadidos e quatro atingidos a tiro nos primeiros três meses de 2017. Piratas armados sequestraram dois navios, ambos ao largo da costa da Somália, onde nenhum navio mercante havia sido sequestrado desde maio de 2012. Foram também contabilizados outros quatro incidentes, segundo o IMB.
De acordo com o relatório do IMB, existem, neste momento, três grandes preocupações:
1. Sequestros do Golfo da Guiné
Dos 27 marinheiros sequestrados com exigência de resgate, em todo o mundo, entre janeiro e março de 2017, 63% sucederam no Golfo da Guiné. A Nigéria é o principal foco de crise de sequestros, com 17 tripulantes levados em três incidentes separados, contra 14 no mesmo período do ano passado. Todos os foram atacados enquanto a navegar entre 30-60 milhas náuticas ao largo da costa de Bayelsa. Três outros navios mais foram atingidos por disparos até 110 milhas náuticas de terra, acreditando-se que muitos outros ataques tenham sucedido, embora não declarados.
2. Crescente violência no sul das Filipinas
Nove navios relataram ataques no primeiro trimestre de 2017 no sul das Filipinas, em comparação com apenas dois no mesmo período do ano passado. Estes incluem um ataque armado a um navio de carga geral em que dois tripulantes foram mortos e cinco sequestrados com exigência de resgate. Os sequestradores capturaram mais cinco pessoas em ataques perpetrados contra um pesqueiro e um rebocador.
De acordo com o IMB, a actividade militante (guerrilha) pode estar por trás da escalada da violência nas águas ao sul das Filipinas. Os grupos armados usam lanchas rápidas para atacar os marinheiros e pescadores em embarcações de baixa velocidade. Áreas como o Sulu e a Passagem de Sibutu são particularmente arriscadas. A IMB recomenda que os navios evitem estas águas.
3. Primeiros ataques somalis após cinco anos de calma
Os piratas somalis sequestraram, com sucesso, um pequeno petroleiro de abastecimento e um dhow tradicional, ambos dentro de suas águas territoriais. Um total de 28 tripulantes foram tomados como reféns e, posteriormente, libertados num prazo relativamente curto. A IMB suspeita que esses incidentes foram oportunistas, especialmente porque os navios sequestrados não seguiram as recomendações das Melhores Práticas de Gestão para a Protecção contra a Pirataria com Base na Somália (BMP4).
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