Os portos chineses estão a enfrentar um enorme
congestionamento causado pelo mau tempo, pela reestruturação das redes de
alianças, pelos navios cada vez maiores e pela urgência dos carregadores em
transportar a carga antes dos planeados aumentos das tarifas, de acordo com a
consultoria Drewry.
Outro factor é, simplesmente, o facto de estarem
confrontados com o excesso de procura interna. Os 10 principais portos da China
registaram um aumento anual de 6% no primeiro trimestre de 2017. Não é coincidência
que os portos que enfrentam maior congestionamento tenham, em simultâneo,
registado maiores ganhos: Qingdao com 12%, Xangai com 10% e Ningbo com 9%.
Alguns dos problemas, como a neblina e as adaptações das novas
alianças, passarão em breve, disse a Drewry, mas não reduzirão a probabilidade
de congestionamento futuro em alguns dos mais movimentados portos de contentores
do mundo.
Os portos da China tendem a não ficar sobrecarregados por
longos períodos de permanência dos contentores em terminais, uma vez que as
caixas tendem a ser carregadas rapidamente para exportação. No entanto, a
crescente entrada de importações poderá, muito bem, a estar a colocar uma
pressão, até agora não visível, nos terminais chineses, que ainda não se
adaptaram. Esta situação tem características de tendência a mais longo prazo, a
menos que seja remediado pelo aumento da capacidade dos portos que, no entanto
já estão próximos, se não além, dos seus níveis de utilização máximos reais.
Os portos e terminais de todo o mundo, e não apenas na
China, têm vindo a ser desafiados pelas operadoras a se adaptarem às suas novas
exigências. De uma forma geral, têm conseguido, mas para se conseguir uma maior
movimentação, sem atrasos, exige maior investimento e desfragmentação (fusão
com) de terminais vizinhos.Fonte
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