23 de junho de 2017

O impacto da crise diplomática do Qatar no sector de GNL foi ténue

O corte dos laços diplomáticos entre o Qatar e os seus vizinhos no Golfo apanhou o mercado de surpresa, causando muita preocupação no meio da crescente incerteza em torno do impacto da crise no sector de navegação.
Sendo o maior exportador de GNL do mundo, assumiu-se que o sector de transporte de GNL seria afectado pelas sanções impostas aos navios qataris na sequência da cisão diplomática. No entanto, o impacto no sector acabou por ser pequeno, já que a maior parte da sua carga não é vendida para os seus vizinhos hostis, mas para países asiáticos como Índia, China, Coreia do Sul e Japão.
Os números de 2016 mostram que cerca de 66% da produção GNL do Qatar foram exportados para países asiáticos. Uma vez que as sanções não se aplicam a esta região, não houve grandes distúrbios na rota comercial, pelo que os padrões de transporte de GNL não sofreram alterações importantes.
São principalmente os países europeus que sentirão o impacto da crise Qatari, embora de efeito pouco determinante. O principal impacto será provocado pelo desvio de navios com carga Qatar do Canal de Suez para o Cabo da Boa Esperança. Especificamente, isto significará para clientes europeus que o tempo de viagem será mais longo para a carga a partir do Qatar.
No entanto, esta situação parece ter dado aos empresários asiáticos uma grande alavancagem, sendo provável que pressionem os produtores do Qatar por termos de contrato mais favoráveis.
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