Os navios com bandeira do Qatar estão impedidos de entrar em
portos na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, depois que os dois
países romperam os laços diplomáticos com Doha, uma situação que aumentou os
receios de interrupção do abastecimento de petróleo e gás deste membro da OPEP.
A Autoridade Saudita dos Portos notificou os agentes
marítimos para que não aceitassem navios que arvoram bandeiras de Qatar ou
navios pertencentes a empresas ou indivíduos do Qatar, acrescentando que mercadorias
provenientes do Qatar não seriam autorizados descarregar em portos sauditas.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egipto e o
Bahrein cortaram, esta segunda-feira, as relações diplomáticas, incluindo
ligações de transporte com o Qatar, acusando este país de apoiar o terrorismo.
O membro da OPEP, no Golfo, é o maior vendedor mundial de
gás natural liquefeito (GNL), produzindo cerca de 600 mil barris de petróleo
bruto por dia. Embora não seja um grande exportador de crude, o Qatar é um
importante exportador de condensado, uma forma ultraleve de petróleo bruto, bem
como de gás de petróleo liquefeito (GLP), com a maioria das exportações, destes
combustíveis, destinada ao Japão e Coreia do Sul, através de contratos de
fornecimento de longo prazo.
Esta proibição de transporte fará com que a logística da
compra de petróleo bruto e condensado Qatari seja muito mais difícil.
Duas fontes da indústria disseram à Reuters na segunda-feira
que o gasoduto Dolphin estava funcionando normalmente, mas as fontes da
indústria e os comerciantes estão prontos para todas as eventualidades em caso
de encerramento do gasoduto, o que causaria uma grande ruptura no sistema de
gás dos Emirados Árabes Unidos.
O gasoduto Dolphin liga o campo gigante North Field do Qatar
aos Emirados Árabes Unidos e a Omã e foi o primeiro projecto de gás
transfronteiriço na região árabe do Golfo, bombeando cerca de 2 bilhões de pés
cúbicos de gás por dia para os Emirados Árabes Unidos.
A disputa diplomática ocorre quando a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP), da qual a Arábia Saudita, os Emirados Árabes
Unidos e o Qatar são membros, concordou recentemente em prolongar os cortes da
produção de petróleo num esforço para aumentar os preços. No entanto, para já e
segundo fontes, este corte de relações não afectará a política de preços da
OPEP.
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