5 de junho de 2017

Arábia Saudita e EAU encerram portos a navios do Qatar

Os navios com bandeira do Qatar estão impedidos de entrar em portos na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, depois que os dois países romperam os laços diplomáticos com Doha, uma situação que aumentou os receios de interrupção do abastecimento de petróleo e gás deste membro da OPEP.
A Autoridade Saudita dos Portos notificou os agentes marítimos para que não aceitassem navios que arvoram bandeiras de Qatar ou navios pertencentes a empresas ou indivíduos do Qatar, acrescentando que mercadorias provenientes do Qatar não seriam autorizados descarregar em portos sauditas.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egipto e o Bahrein cortaram, esta segunda-feira, as relações diplomáticas, incluindo ligações de transporte com o Qatar, acusando este país de apoiar o terrorismo.
O membro da OPEP, no Golfo, é o maior vendedor mundial de gás natural liquefeito (GNL), produzindo cerca de 600 mil barris de petróleo bruto por dia. Embora não seja um grande exportador de crude, o Qatar é um importante exportador de condensado, uma forma ultraleve de petróleo bruto, bem como de gás de petróleo liquefeito (GLP), com a maioria das exportações, destes combustíveis, destinada ao Japão e Coreia do Sul, através de contratos de fornecimento de longo prazo.
Esta proibição de transporte fará com que a logística da compra de petróleo bruto e condensado Qatari seja muito mais difícil.
Duas fontes da indústria disseram à Reuters na segunda-feira que o gasoduto Dolphin estava funcionando normalmente, mas as fontes da indústria e os comerciantes estão prontos para todas as eventualidades em caso de encerramento do gasoduto, o que causaria uma grande ruptura no sistema de gás dos Emirados Árabes Unidos.
O gasoduto Dolphin liga o campo gigante North Field do Qatar aos Emirados Árabes Unidos e a Omã e foi o primeiro projecto de gás transfronteiriço na região árabe do Golfo, bombeando cerca de 2 bilhões de pés cúbicos de gás por dia para os Emirados Árabes Unidos.

A disputa diplomática ocorre quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), da qual a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar são membros, concordou recentemente em prolongar os cortes da produção de petróleo num esforço para aumentar os preços. No entanto, para já e segundo fontes, este corte de relações não afectará a política de preços da OPEP.

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