28 de julho de 2017

França nacionaliza Estaleiros STX France (Saint-Nazaire)

A França anunciou a nacionalização do estaleiro da STX France para evitar que uma empresa italiana (fincantieri) tome o controlo da maioria, disse o ministro da Economia na quinta-feira, provocando uma forte reacção de Roma a contestar esta primeira grande decisão da política industrial do presidente Emmanuel Macron.
Visto como o líder mais próximo do tecido empresarial na França em décadas, poucos previram que a primeira grande decisão deste antigo banqueiro seria uma nacionalização, mesmo que o governo diga que só será temporário.
No entanto, esta sua acção, que veio agravar o relacionamento da França com a Itália, encaixa-se no estilo intervencionista de outros líderes franceses do pós-guerra. Também é transversal ao sector da defesa, onde muitos governos nacionais preferem exercer influência sobre a propriedade.
O construtor público italiano Fincantieri (FCT.MI) tinha acordado pagar 79,5 milhões de euros (US $ 93,20 milhões) por dois terços da STX France, que se encontrava em praça no decurso do processo relativo ao colapso do seu proprietário sul-coreano, a STX. Recordemos que o governo francês era proprietário de 33,3% da STX France.
O anterior governo francês liderado pelo antecessor de Macron, François Hollande, tinha concordado permitir que a Fincantieri, com sede no estado italiano, tomasse uma participação de 48% no estaleiro. Neste projecto de acordo, o governo francês permitia a participação do DCNS Naval Group com 12%, mantendo a sua participação de 33,3%. Para permitir que a participação italiana ultrapassasse os 50%, embora mantendo a participação da Fincantieri abaixo de 50%, os 6,6% restantes na STX France foram atribuídos a um organismo de investimento italiano, a Fondazione CR Trieste.
O actual governo francês, argumentando que a Fondazione CR Trieste estaria muito próxima dos interesses da Fincantieri, contrapropôs o estabelecimento de propriedade com base nos 50-50, o que os italianos rejeitaram.
Esta recusa levou o Estado francês, com a tal participação minoritária, a exercer direitos de preferência sobre outros accionistas, antes que esses direitos expirem no final do mês, dando a Paris mais tempo para encontrar outra solução.
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