A Cosco Shipping Holdings planeia comprar a Orient Overseas
Container Line (OOCL) com a ajuda do Shanghai International Port Group (SIPG)
por 6.300 milhões de dólares, num acordo que prevê manter a marca da operadora
de Hong Kong, o que marca um novo capítulo na consolidação da indústria.
O acordo, sujeito às aprovações regulatórias, culmina a prolongada
especulação que corria no mercado, sendo a OOCL considerada, por alguns
analistas, como a única operadora a ser um alvo atraente de aquisição devido à
sua substancial dimensão em comparação com o restante mercado, após a rápida
consolidação de transportadoras ao longo do último ano e meio.
A Cosco Shipping no seu todo e a OOCL ficarão com uma frota
de mais de 400 navios e uma capacidade total de 2,9 milhões de TEU, incluindo o
caderno de encomendas. Juntos, a Cosco e a OOCL vão operar a terceira maior
frota de meganavios e serão o segundo maior transportador de carga
contentorizada dos EUA, de acordo com uma análise dos dados PIERS e da IHS
Markit.
Segundo o acordo, a OOIL manterá a sua sede corporativa de
Hong Kong e manterá cotação bolsista independente. Também será adiada qualquer
redução de pessoal na OOIL por, pelo menos, 24 meses, disse a Cosco em
comunicado. A Cosco reconheceu a diferente e distinta cultura empresarial que que
levou a OOCL a tornar-se a operadora de melhor desempenho na indústria aos
olhos dos BCOs e reconheceu que essa era uma parte importante do valor que
estava a adquirir.
Ao alavancar os pontos fortes de cada empresa e alcançar
sinergias, as empresas procuram aumentar as suas eficiências operacionais e
posições competitivas para alcançarem um crescimento sustentável a longo prazo.
Ambas as empresas são membros da Ocean Alliance e continuarão a trabalhar
juntas também neste enquadramento.
Não será surpreendente o facto de a Cosco manter a OOCL como
marca autónoma. A OOCL é conhecida pela sua alta qualidade de serviço em
relação a muitos de seus concorrentes, e tem fortes relacionamentos com a BCO;
além disso, a CMA CGM e a Maersk Line também mantiveram as marcas APL e Hamburg
Sud, respectivamente, após as suas aquisições. Dadas as diferenças culturais
legadas – a Cosco sendo uma empresa estatal de Pequim e a OOCL um negócio
totalmente comercial e autónomo – a integração total será sempre extremamente
difícil. Mesmo antes da aquisição, a Cosco e a OOCL estavam-se a aproximar,
cada vez mais, particularmente com a sua participação na Ocean Alliance.
Este acordo dá continuidade ao que tem sido um ritmo
vertiginoso de consolidação no transporte marítimo de contentores e levanta,
cada vez mais, dúvidas sobre a capacidade dos transportadores mais pequenos sobreviventes
de se adaptarem e chegarem ao mercado.Fonte
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