O sector marítimo procura, a todo o momento, combustíveis alternativos para atingir o estado óptimo de
descarbonização e mitigar o seu impacto ambiental. No entanto, Alvin Foster, do
P&I North Club, afirma que os novos combustíveis introduzidos no mercado de
bancas têm qualidades muito diversas.
Por exemplo, observa-se que
uma característica específica desses novos combustíveis pode ser problemática,
se o navio estiver carregado com uma carga sensível ao calor.
Os óleos combustíveis de
muito baixo teor de enxofre (VLSFO) é o termo genérico para os combustíveis
navais (além do óleo diesel para navios) com um teor máximo de enxofre de
0,50%. A sua popularidade aumentou desde a introdução do limite global de
enxofre, por parte da OMI, no início deste ano.
Alvin Foster comenta que:
“A experiência inicial mostra que a maioria
dos VLSFO’s são produtos combinados e podem variar bastante entre si. Alguns
têm uma viscosidade muito baixa, semelhante aos combustíveis destilados,
enquanto outros se assemelham aos produtos tradicionais de óleo pesado de alta
viscosidade, estando a maioria das misturas algures no meio.”
Por outro lado, a estrutura
molecular dos novos combustíveis também condiciona o seu armazenamento e uso.
Acrescenta-se que a perda de
fluidez é um desafio, pois, se começar a “engrossar” nos tanques de
armazenamento de combustível do navio, será muito difícil bombear. Os filtros e
as tubulações da bomba de transferência provavelmente ficarão obstruídos. Se a “formação
de cera” for extensa, os sistemas de aquecimento do tanque da embarcação podem
ter dificuldade para reabastecer o combustível. A escavação manual do tanque
pode ser necessária, o que é um exercício caro e demorado. A chave,
simplesmente, é manter o combustível a uma temperatura acima da qual o
combustível perde fluidez, segundo afirmou Foster.
Nesses casos, existe o risco
da temperatura do combustível, nos tanques localizados junto aos porões de
carga, possa danificar uma carga sensível ao calor. Por exemplo, de acordo com
o Cargo Handbook da BMT, uma carga a granel de açúcar bruto corre o risco de caramelizar
a temperaturas tão baixas como 25 ° C. Se carregado num porão sobre um tanque
de combustível de duplo fundo aquecido, há risco real de danos na carga.
Apesar dos desafios que cada
combustível pode apresentar, Foster recomenda que é importante encontrar a
temperatura certa e “conhecer o “blend”
correcto do combustível".
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