A
Hertz conseguiu evitar uma falência de proporções inimagináveis graças a um
acordo de última hora com os credores, que lhe permite alargar o prazo para o
pagamento do leasing dos 500 mil
veículos que fazem parte da sua frota mundial.
A
Hertz, que já tinha incumprido o pagamento em abril, beneficiou de uma primeira
moratória até dia 4 de maio, que voltou a falhar. A nova moratória conseguida,
permite-lhe adiar o pagamento por mais uns dias, até 22 de maio, altura em que
a empresa terá de ter um plano que lhe permita enfrentar os danos provocados
pela crise abrupta provocada pelo coronavírus no turismo, por todo o mundo,
deixando quase toda a frota da Hertz parada.
O
grupo Hertz, assim como outras, experimentou uma súbita perda de receitas que
afectou o equilíbrio financeiro de forma decisiva. Se não fosse alcançado este
acordo, a Hertz iria mesmo apresentar o pedido de falência para se proteger dos
credores. A Avis, maior que a Hertz, registou um prejuízo de 158 milhões de
dólares no primeiro trimestre de 2020.
Mas
será improvável que o negócio recupere até ao mês de junho, mesmo que os
Estados Unidos abram a economia e as viagens de avião recomecem e que na Europa
suceda o mesmo. Recordamos que o grande mercado da maioria das empresas de “rent a car” advém do turismo e dos
aeroportos.
Por
outro lado, este negócio envolve o valor residual dos veículos na revenda, como
usado. A queda dos preços dos carros usados nos EUA e na Europa, veio depreciar
os activos, reduzindo, de forma clara, a liquidez das empresas. No decorrer
desta crise, a Hertz já tinha despedido 10 mil colaboradores em abril, um
quarto da sua força de trabalho nos EUA e, provavelmente, estarão muitos outros
“na calha”.
De qualquer forma, se a empresa vier a falir, isso poderá constituir-se
como um desastre de consequências imprevisíveis, inundando o mercado automóvel de
2ª mão, já depreciado e em colapso, com centenas de milhar de viaturas, por
todo o mundo. Por arrasto e consequência, o mercado de novos e toda a indústria associada, incluindo o transporte oceânico de viaturas entrará em dificuldades, ainda mais profunda que a que actualmente atravessa.Fonte
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