6 de maio de 2020

Linha de cruzeiros sem dinheiro


A Norwegian Cruise Line Holdings Ltd, a terceira maior operadora de cruzeiros do mundo, levantou dúvidas, na terça-feira, sobre a sua capacidade de continuar a operar, sendo a primeira do sector a dar sinal que poderá sucumbir à crise do coronavírus.
As acções da empresa depreciaram em mais de 20%, ao ser lançada uma oferta de acções e títulos de US $ 1,6 milhar de milhão, numa tentativa para conseguir liquidez, e anunciou um investimento de US $ 400 milhões através de uma subsidiária da empresa de capital privado, a L Catterton.
A Norwegian Cruise e as rivais Carnival Corp e Royal Caribbean Cruises estão entre as vítimas de maior destaque da pandemia, depois que sofreram surtos mortais em alguns dos seus navios de cruzeiro e obrigaram a longas quarentenas em porto, tanto no Japão como na Califórnia.
A Norwegian, que suspendeu os seus cruzeiros até 30 de junho, não anunciou uma data de relançamento. Na segunda-feira, a Carnival anunciou que planeia retomar alguns cruzeiros a partir de 1º de agosto, enquanto aguardam directivas das autoridades e se poderem organizar.
A indústria de cruzeiros ficou de fora de um pacote financeiro de ajuda de US $ 2,3 biliões nos EUA para empresas problemáticas, já que os principais players têm as suas bases empresariais fora dos Estados Unidos.
"O COVID-19 teve, e deve continuar a ter, um impacto significativo n condição financeira e operações da indústria, o que poderá afectar, negativamente, a capacidade das operadoras de obter financiamento acessível", disse um responsável da Norwegian, também sinalizando dúvidas substanciais sobre a sua capacidade de continuar como empresa independente. Disse, ainda, que não possui liquidez suficiente para cumprir suas obrigações nos próximos 12 meses.
Entretanto, as acções da Carnival fecharam em queda de 8,7% e as da Royal Caribbean fecharam em queda de 10%, também na terça-feira.

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