29 de janeiro de 2020

Gana quer mais investimentos para melhorar a protecção marítima


Especialistas do sector de segurança marítima do Gana pediram mais investimento para melhorar a protecção marítima, a fim de proteger as águas territoriais de Gana, após o aumento das ameaças à segurança marítima na sub-região da África Ocidental.
Falando aos órgãos de comunicação local, o director executivo do Centro de Direito Marítimo e Segurança de África, o capitão Naval RTD, Dr. Kamal Deen-Ali, pediu a criação de um fundo de segurança marítima para lidar com as ameaças à segurança dos navios com mais eficiência.
Segundo ele, “Deveríamos ter um fundo de segurança marítima. Um fundo suportado por dinheiro das várias fontes que possam ser directamente interessadas nas questões marítimas: encargos portuários, petróleo e gás e outros serviços que prestamos. Então, poderemos montar algo e criar um fundo. Com esse fundo, se poderia usar ferramentas e operacionalizar a marinha e as outras agências de segurança”.
Em simultâneo, o comandante da unidade de fuzileiros navais, portos e ferroviários da polícia de Gana, superintendente-chefe Joseph Antwi-Ababio, revelou que o custo operacional da tripulação de barcos-patrulha é um enorme desafio. Por esse motivo, pede fontes confiáveis ​​de financiamento para as actividades de segurança marítima.
Como explicou, a estratégia marítima nacional integrada que está a ser elaborada deve levar em consideração o fundo de segurança marítima proposto e uma gestão eficiente do mesmo.
Seguidamente, o Responsável de Segurança Portuária de Tema, Coronel Joseph Malik Punamane, sugeriu que a patrulha aérea poderia ser um meio adicional de proteger as águas territoriais de Gana. No entanto, mostrou preocupação pelo facto de apesar que o Estado de Gana esteja a trabalhar afincadamente para manter as suas águas territoriais seguras, a insegurança experimentada nos países vizinhos, ao longo do Golfo da Guiné, possa deitar tudo a perder.
No mesmo sentido se pronunciou o Dr. Kamal Deen-Ali, que afirmou que o trunfo de uma boa segurança nas águas do Gana se perde facilmente, já que os parceiros comerciais internacionais do país fazem uma avaliação regional na condução dos seus negócios, não avaliando as águas do Gana de forma isolada. Acrescentou, ainda, que os sequestros para resgate aumentaram, pelo que as vidas humanas estão, agora, mais em risco do que nunca, destacando que o Delta do Níger é um terreno fértil para criminosos marítimos bem equipados e que isso continuará assim, se a área continuar ingovernável.
Fonte 
Nota pessoal: Embora, à partida, pareça ser uma boa medida, a constituição de um fundo poderá propiciar outros comportamentos menos aceitáveis, numa região do globo muito “propensa” a desvios éticos e comportamentais. Na minha opinião este fundo poderia ser gerido/operacionalizado por um acordo intergovernamental e com o apoio e cooperação de países ocidentais com interesses na região, que pudessem aí colocar meios navais e dar formação às diversas organizações nacionais de combate à pirataria. Portugal, por exemplo, conhece bem a região e tem trabalho reconhecido nesta área.
 

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