Especialistas do sector de
segurança marítima do Gana pediram mais investimento para melhorar a protecção
marítima, a fim de proteger as águas territoriais de Gana, após o aumento das
ameaças à segurança marítima na sub-região da África Ocidental.
Falando aos órgãos de
comunicação local, o director executivo do Centro de Direito Marítimo e
Segurança de África, o capitão Naval RTD, Dr. Kamal Deen-Ali, pediu a criação
de um fundo de segurança marítima para lidar com as ameaças à segurança dos
navios com mais eficiência.
Segundo ele, “Deveríamos ter
um fundo de segurança marítima. Um fundo suportado por dinheiro das várias
fontes que possam ser directamente interessadas nas questões marítimas:
encargos portuários, petróleo e gás e outros serviços que prestamos. Então, poderemos
montar algo e criar um fundo. Com esse fundo, se poderia usar ferramentas e
operacionalizar a marinha e as outras agências de segurança”.
Em simultâneo, o comandante
da unidade de fuzileiros navais, portos e ferroviários da polícia de Gana,
superintendente-chefe Joseph Antwi-Ababio, revelou que o custo operacional da
tripulação de barcos-patrulha é um enorme desafio. Por esse motivo, pede fontes
confiáveis de financiamento para as actividades de segurança marítima.
Como explicou, a estratégia
marítima nacional integrada que está a ser elaborada deve levar em consideração
o fundo de segurança marítima proposto e uma gestão eficiente do mesmo.
Seguidamente, o Responsável
de Segurança Portuária de Tema, Coronel Joseph Malik Punamane, sugeriu que a
patrulha aérea poderia ser um meio adicional de proteger as águas territoriais
de Gana. No entanto, mostrou preocupação pelo facto de apesar que o Estado de
Gana esteja a trabalhar afincadamente para manter as suas águas territoriais
seguras, a insegurança experimentada nos países vizinhos, ao longo do Golfo da
Guiné, possa deitar tudo a perder.
No mesmo sentido se pronunciou o Dr. Kamal Deen-Ali, que afirmou que o
trunfo de uma boa segurança nas águas do Gana se perde facilmente, já que os
parceiros comerciais internacionais do país fazem uma avaliação regional na
condução dos seus negócios, não avaliando as águas do Gana de forma isolada.
Acrescentou, ainda, que os sequestros para resgate aumentaram, pelo que as
vidas humanas estão, agora, mais em risco do que nunca, destacando que o Delta
do Níger é um terreno fértil para criminosos marítimos bem equipados e que isso
continuará assim, se a área continuar ingovernável.Fonte
Nota pessoal: Embora, à partida, pareça ser uma boa medida, a constituição de um fundo poderá propiciar outros comportamentos menos aceitáveis, numa região do globo muito “propensa” a desvios éticos e comportamentais. Na minha opinião este fundo poderia ser gerido/operacionalizado por um acordo intergovernamental e com o apoio e cooperação de países ocidentais com interesses na região, que pudessem aí colocar meios navais e dar formação às diversas organizações nacionais de combate à pirataria. Portugal, por exemplo, conhece bem a região e tem trabalho reconhecido nesta área.
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