31 de janeiro de 2018

A China trava importação de resíduos para reciclagem

Entrou em vigor a 1 de Janeiro, a proibição de importação, por parte da China, de 24 tipos de resíduos sólidos, incluindo plásticos, papel misto não triado, materiais têxteis e escórias de vanádio. A proibição provocará forte impacto na China e nos países exportadores de resíduos.
A China tem sido um dos maiores importadores de resíduos do mundo há várias décadas. Com o rápido crescimento económico nos anos 80 e 90, o país desenvolveu uma forte procura por matérias-primas. Por essa via, decidiu importar resíduos estrangeiros, na esperança de extrair recursos úteis para responder à procura. No entanto, causou outro problema. O desperdício foi tratado manualmente e de forma ineficiente. Tudo que fosse considerado inútil era, simplesmente, queimado sem qualquer tratamento, causando graves danos ao meio ambiente. Por outro lado, o contrabando de resíduos também se tornou uma dor de cabeça para o governo.
A potência industrial asiática decidiu introduzir, no final do ano de 2017, novas regras, que entraram em vigor a 1 de Janeiro e têm aplicação plena a partir de 1 de Março, o que se traduzirá numa proibição total da importação de lixos não triados, escórias de vanádio e resíduos de têxteis, bem como fortes restrições a resíduos de outros materiais recicláveis, como aço, plásticos, madeira, papel e cartão.
Em 2016, a China importou cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos de papel e 8 milhões de toneladas de resíduos de plásticos, e a proibição já provocou o crescimento de montanhas de produtos de resíduos nos EUA, no Japão e na Europa, enquanto os concessionários se esforçam para encontrar instalações alternativas de reciclagem. Um relatório detalhado afirma que a proibição poderá criar crises em todo o mundo, o que poderá equivaler a um grande desastre natural.
As linhas de transporte de contentores podem, também, perder cerca de 5 milhões de toneladas de carga por ano, após com esta proibição de importações de resíduos para reciclagem, de acordo com estudo publicado pela consultora Drewry Maritime Advisors.
O problema para os operadores de linha é que os contentores com resíduos constituem uma grande percentagem do volume de carga de retorno da Europa e da América do Norte para a China – os EUA exportaram dois terços do seu lixo de papel para a China em 2016 (cerca de 13,2 milhões de toneladas), sendo que cerca de metade da carga da costa Oeste para a China são produtos de resíduos para reciclagem.
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