Um estudo publicado hoje pela organização sem fins
lucrativos InfluenceMap, com sede em Londres, afirma que as empresas de
navegação têm uma capacidade de influência "incomparável" sobre os
regulamentos na Organização Marítima Internacional (OMI). O relatório –“Captura
corporativa da OMI” – foi agora lançado para coincidir com o início da próxima
ronda de negociações climáticas da OMI que se iniciam esta semana.
Este relatório revela como a indústria do transporte
marítimo tem pressionado de forma agressiva as Nações Unidas para obstruir as
acções de mudança climática para o transporte marítimo, garantindo que este
permaneça o único sector no mundo, actualmente, não sujeito a medidas de
redução de emissões.
O relatório de 38 páginas afirma que as grandes empresas e
os principais grupos de comércio marítimo estão a “obstruir” activamente e colectivamente
a política global sobre alterações climáticas na OMI. As principais bandeiras
de conveniência, bem como a Bimco, o World Shipping Council e a International
Chamber of Shipping são, claramente, destacados como barreiras à obtenção de
regras ambientais mais rigorosas e oportunas.
“Apesar de ser responsável por cerca de 3% das emissões
globais de gases de efeito estufa, o sector de transporte marítimo permanece
fora do Acordo de Paris sobre o clima. Conseguiu isso através da captura
corporativa da Organização Marítima Internacional”, afirma-se no estudo.
Enquanto as nações escandinavas e do Pacífico estão
pressionam cortes dramáticos nas emissões, outros como o Brasil, a Argentina, a
Arábia Saudita e a Índia estão ansiosos por adiar quaisquer compromissos firmes
de redução de emissões.Fonte
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