5 de outubro de 2017

Bandeira da infâmia continua a fazer manchetes

Uma das bandeiras de registo mais “piratas” do mundo está de volta às manchetes. Apesar de o governo cambojano ter, oficialmente, revogado o seu registro de bandeira há 13 meses, o Phnom Penh Post informa que pelo menos 19 embarcações de propriedade estrangeira ainda navegam com a bandeira vermelha e azul.
O registo cambojano ganhou a sua péssima reputação por hospedar muitos navios de qualidade inferior. Era notório a sua escolha como bandeira preferida por contrabandistas de armas, traficantes de drogas e de humanos, além de ser favorecida pelo regime Kim, da Coreia do Norte.
Foi, inicialmente, administrada por uma empresa sul-coreana, tendo sido adquirida, depois, por uma firma de Singapura, antes do governo a fechar no ano passado. No entanto, a Federação Internacional dos Trabalhadores do Transporte (ITF) tem vindo a questionar se o governo alertou oficialmente os portos de todo o mundo quanto ao seu encerramento, já que os navios continuam a operar.
A bandeira cambojana está, agora, de volta às notícias, por uma investigação da ONU ter identificado e levado à intercepção do maior carregamento de munições para os norte-coreanos no ano passado.
O graneleiro Jie Shun foi detido em águas egípcias em agosto do ano passado, depois de navegar sob bandeira cambojana. No navio, foram descobertas mais de 30 mil granadas propulsionadas por foguete.
Numa conferência em Londres, no mês passado, foi relatado que cerca de 10 estados de bandeira haviam revelado que tinham navios nos seus registos, provavelmente, registados em falsos escritórios de representação. Como exemplo, foi citado que a República Democrática do Congo teria 90 navios que arvoravam a sua bandeira, mas que não estavam registados oficialmente.
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