ReCAAP, o Acordo de Cooperação Regional no Combate à Pirataria e Roubo Armado Contra Navios na Ásia, destaca novamente um aumento nos incidentes de roubo marítimo no Estreito de Singapura. Vários dos programas internacionais de monitorização e relatórios sobre pirataria marítima e crimes contra a indústria naval destacaram o declínio geral da pirataria, ao mesmo tempo em que soaram as campainhas de alarme sobre a região em torno do Estreito de Singapura. O ReCAAP destaca, de novo, que as rotas marítimas movimentadas continuam a sofrer níveis crescentes de crimes graves, principalmente roubos de equipamentos, peças sobressalentes ou sucata, geralmente de navios em andamento.
Dois novos incidentes foram
relatados ao ReCAAP no intervalo de 30 minutos entre um e outro, em 21 de
novembro, ambos por rebocadores em andamento na pista oeste do Esquema de
Separação de Tráfego perto de Singapura. Em ambos os incidentes, um grande
número de pessoas, nove homens num caso e 14 homens no outro, embarcaram em
barcaças rebocadas no estreito. Eles roubaram sucata e fugiram. O ReCAAP
observa a semelhança dos incidentes, embora diga ser incerto ser o mesmo grupo
em ambos os casos.
Houve um roubo semelhante a 9
de novembro. Nesse caso, o rebocador trazia uma barcaça num longo reboque
(aproximadamente 1.800 pés). Um criminoso embarcou na barcaça e roubou uma
corda de amarração, pois não havia carga a bordo da mesma.
Dez dias depois, em 19 de
novembro, a tripulação de um graneleiro não identificado relatou ter visto
cinco criminosos na casa de máquinas enquanto navegavam. Acredita-se que os intrusos
tenham fugido quando foram vistos. Em buscas posteriores no navio não foi
possível localizar os indivíduos e a tripulação informou que nada havia sido
furtado.
Apesar de constatarem que
continuam a ser crimes de pequena gravidade, em que os intrusos raramente andam
armados e fogem quando descobertos, as autoridades apontam ainda para um forte
aumento do número de incidentes em 2022. Além disso, enquanto no passado, as
denúncias se concentravam em áreas menores, agora estão a tornar-se mais
diversificados entre as duas faixas de tráfego, a área de precaução e fora da
zona.
“O ReCAAP ISC está preocupado
com a ocorrência persistente de incidentes no Estreito de Singapura”, escrevem no
seu novo alerta. “O ReCAAP ISC insta os Estados litorais a aumentarem as
patrulhas e a fiscalização nos seus respetivos mares territoriais/águas
arquipelágicas”, ao mesmo tempo em que alertam os navios para intensificar e
manter a vigilância durante o trânsito na área.
Com quatro incidentes
adicionais até agora em novembro, o ReCAAP relata que o Estreito de Singapura
representa dois terços dos relatórios na Ásia em 2022. Até agora, houve um
total de 48 relatos em 2022 no estreito, dentro de um total de 72 relatos em toda
a Ásia este ano. No final dos primeiros 10 meses do ano, houve um total de 68
incidentes, em comparação com 64 na Ásia em 2021. No entanto, os incidentes na
área de Singapura aumentaram mais de um quarto, com 44 relatos em 10 meses
versus 36 incidentes em 2021.
O aumento ocorreu apesar do
aumento das atividades das autoridades locais. A Indonésia informou, no início
de novembro, que prendeu sete homens que acreditava estarem a atacar navios no
Estreito de Singapura.
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