Os
membros da guarnição da fragata norueguesa KNM Helge Ingstad parecem não ter percebido, em tempo útil,
que o navio-tanque Sola TS se estava a movimentar, segundo o
relatório preliminar de acidentes marítimos da Agência de Investigação de
Acidentes da Noruega.
Os
dois navios colidiram em 8 de Novembro, ao largo do terminal de Sture, no
município de Øygarden, no condado de Hordaland, na Noruega. A fragata sofreu
danos significativos e afundou vários dias depois.
De
acordo com o relatório, quando o terminal se tornou visível ao KNM Helge
Ingstad, o Sola TS estava ao lado do terminal e o convés do navio-tanque estava
bem iluminado.
Além
disso, os resultados do relatório mostram que, à distância, seria difícil distinguir
as luzes do navio-tanque das luzes do terminal. Além disso, as luzes não se
moviam enquanto o petroleiro ainda estava junto do cais.
"É
altamente provável que ambos os factores tenham dado à guarnição da KNM Helge
Ingstad a impressão de que as luzes pertenciam a um objecto estacionário",
acrescentou o relatório.
“O
uso de luzes do convés pelo petroleiro após a partida também levou a que a
tripulação da Helge Ingstad não tivesse conseguido identificar as luzes de
navegação no Sola TS. Quando a KNM Helge Ingstad, pelas 04:00 horas, declarou não
poder virar a estibordo, baseava-se na percepção continuada de que as luzes
estavam paradas e que uma curva para estibordo os levaria contra o objecto
aceso.
“Acreditavam,
ainda, que estavam a comunicar com um dos três navios que estavam a monitorizar
no radar. Só depois, tarde demais, a guarnição da KNM Helge Ingstad se
apercebeu de que estavam em rota de colisão, tendo sido já impossível evitar a
colisão.”
Antes
do incidente, a fragata navegava ao sul, em águas costeiras ao norte de Bergen,
em modo de treino de navegação.
O
Centro de Monitorização de Trânsito de Navios na ilha de Fedje (Fedje VTS) foi
notificado de que, durante a sua passagem em direcção ao sul, o navio da
Marinha navegaria a uma velocidade de 17-18 nós. O AIS a bordo da fragata estava
definido apenas para o modo receptor.
Nessa
altura, o petroleiro de bandeira maltesa Sola TS preparava-se para partir do
terminal, carregado com petróleo bruto. O navio tinha um piloto a bordo e foi
auxiliado ao terminal por dois rebocadores. Segundo o relatório, havia outras
três embarcações a navegarem na direcção norte na área, ao sul do terminal de
Sture. Quando a Sola TS deixou o cais, as luzes de navegação e as luzes do
convés estavam acesas.
Aproximadamente
às 03:57 o piloto observou o eco de uma embarcação no sentido sul no radar, que
cruzava sua linha de rumo, mas não tinha sinal AIS da embarcação.
O
piloto chamou Fedje VTS e pediu o nome da embarcação que navegava em direcção
ao petroleiro. O VTS respondeu não ter informação sobre esse navio.
O
piloto e o capitão do Sola TS tentaram entrar em contacto com a embarcação de
outras formas, incluindo apontando a lâmpada Aldis; o piloto solicitou uma
mudança de rumo de 10 graus para 000 ° ao capitão do Sola TS.
Logo
que o Fedje VTS informou o Sola TS que o navio seria, possivelmente, a KNM
Helge Ingstad, o piloto chamou a fragata e pediu para guinar, imediatamente,
para estibordo.
A
tripulação da ponte da fragata respondeu que não podiam virar para estibordo
antes de passarem pelo objecto que viam no seu estibordo.
Logo
após as 04:00 h, a fragata estava a aproximadamente 400 m do Sola TS. Como a
embarcação naval não mudasse de rumo, tanto o piloto quanto a Fedje VTS pediram
que a fragata agisse. Pouco tempo depois, a KNM Helge Ingstad realizou uma
manobra de evasão, mas já era tarde demais e os dois navios colidiram.
A
fragata perdeu o controlo do leme e da propulsão, desviando-se desgovernada para
a margem, onde encalhou. Quando começou a embarcar água, a sua tripulação foi
evacuada.
A AIBN planeia continuar a investigação, agora focada em factores
humanos, colaboração na ponte, treino e procedimentos, controlo de tráfego,
linguagem e comunicação, tecnologia e escolhas técnicas, operacionais,
organizacionais e estratégicas.Fonte
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