26 de novembro de 2018

Federação de Estivadores acusa SEAL de seguir “agenda política”


A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários emitiu um comunicado, no qual condena a situação laboral vivida no porto de Setúbal há mais de 20 anos e diz não apoiar a utilização de trabalhadores alheios ao porto para frustrar a paralisação em curso. Apesar disso, no mesmo comunicado condena, igualmente, a intrusão no seio dos trabalhadores portuários de agitadores e estranhos incumbidos de radicalizar a luta.
No seu texto, a federação critica, por outro lado, “as tentativas de politização e partidarização das causas dos estivadores promovidas pelo SEAL”, pondo em causa a sua representatividade, para depois perguntar qual “a razão oportunista por que só agora apareceu para aproveitar politicamente a situação de precariedade que sempre ignorou”?
Entretanto, na sexta-feira dia 23, o SEAL faltou à reunião que havia acordado com os operadores de Setúbal. No comunicado emitido, a Operestiva “lamenta” a ausência” do SEAL e diz esperar que “consiga pôr fim à greve, bem como à paralisação por parte de alguns trabalhadores”. Recorde-se que as negociações do CCT dos estivadores de Setúbal estão paradas desde 12 de Julho último.
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Por outro lado, a empresa de trabalho portuário do porto de Lisboa encontra-se em situação de “falência técnica” e à “beira da insolvência”.
A Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (AETPL), o maior fornecedor de mão-de-obra do porto da capital e o maior bloco de representatividade do Sindicato dos Estivadores e Actividade Logística (SEAL), liderado por António Mariano, está em falência técnica e à beira da insolvência, indica um relatório final da consultora EY, encomendado pelos operadores do porto. A “situação financeira é crítica”, o que pode levar os accionistas da AETPL a extinguir a empresa a curto prazo, provavelmente, um mês e meio.
Actualmente, a AETPL emprega 159 trabalhadores portuários e 8 trabalhadores administrativos. Adicionalmente a empresa conta também com 35 trabalhadores temporários externos.
Segundo a consultora que elaborou o estudo, a “instabilidade social” dentro da AETPL é um dos grandes entraves à viabilização. Por exemplo, a taxa de absentismo em 2016, de acordo com dados da gestão, foi de 45,5% (36,6 por doença ou sinistro e 9,1 por greves e outros, em comparação com a taxa de absentismo no Estado, que oscila entre os 3 e os 10%, de acordo com números de 2017.
Devido à crescente instabilidade social, nos últimos anos, em especial desde 2015, a actividade do porto de Lisboa tem sido transferida para os outros portos portugueses, o que se traduziu numa diminuição muito significativa da sua quota de mercado.
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