A
Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários emitiu um
comunicado, no qual condena a situação laboral vivida no porto de Setúbal há
mais de 20 anos e diz não apoiar a utilização de trabalhadores alheios ao porto
para frustrar a paralisação em curso. Apesar disso, no mesmo comunicado condena,
igualmente, a intrusão no seio dos trabalhadores portuários de agitadores e
estranhos incumbidos de radicalizar a luta.
No
seu texto, a federação critica, por outro lado, “as tentativas de politização e
partidarização das causas dos estivadores promovidas pelo SEAL”, pondo em causa
a sua representatividade, para depois perguntar qual “a razão oportunista por
que só agora apareceu para aproveitar politicamente a situação de precariedade
que sempre ignorou”?
Entretanto, na sexta-feira dia 23, o SEAL faltou à reunião que havia
acordado com os operadores de Setúbal. No comunicado emitido, a Operestiva
“lamenta” a ausência” do SEAL e diz esperar que “consiga pôr fim à greve, bem
como à paralisação por parte de alguns trabalhadores”. Recorde-se que as
negociações do CCT dos estivadores de Setúbal estão paradas desde 12 de Julho
último.Fonte
Por
outro lado, a empresa de trabalho portuário do porto de Lisboa encontra-se em
situação de “falência técnica” e à “beira da insolvência”.
A
Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa (AETPL), o maior fornecedor
de mão-de-obra do porto da capital e o maior bloco de representatividade do Sindicato
dos Estivadores e Actividade Logística (SEAL), liderado por António Mariano,
está em falência técnica e à beira da insolvência, indica um relatório final da
consultora EY, encomendado pelos operadores do porto. A “situação financeira é
crítica”, o que pode levar os accionistas da AETPL a extinguir a empresa a curto
prazo, provavelmente, um mês e meio.
Actualmente,
a AETPL emprega 159 trabalhadores portuários e 8 trabalhadores administrativos.
Adicionalmente a empresa conta também com 35 trabalhadores temporários
externos.
Segundo
a consultora que elaborou o estudo, a “instabilidade social” dentro da AETPL é
um dos grandes entraves à viabilização. Por exemplo, a taxa de absentismo em
2016, de acordo com dados da gestão, foi de 45,5% (36,6 por doença ou sinistro
e 9,1 por greves e outros, em comparação com a taxa de absentismo no Estado,
que oscila entre os 3 e os 10%, de acordo com números de 2017.
Devido à crescente instabilidade social, nos últimos anos, em especial desde
2015, a actividade do porto de Lisboa tem sido transferida para os outros
portos portugueses, o que se traduziu numa diminuição muito significativa da
sua quota de mercado.Fonte
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