15 de novembro de 2018

Associação britânica de portos preocupada com o "rascunho" do Brexit


Na sequência do acordo sobre o acordo de retirada negociado entre a União Europeia e o Reino Unido, a British Ports Association, que representa os interesses de mais de 100 portos britânicos, advertiu que poderá demorar algum tempo até que fique claro quais serão os acordos finais e tudo aquilo que possa significar para os portos.
"Estamos esperançosos de que o acordo inclua algum tipo de solução duradoura que excluiria a necessidade de introduzir novos controlos alfandegários e fronteiriços para o comércio entre o Reino Unido e a UE", disse o presidente-executivo da BPA, Richard Ballantyne.
“No entanto, apesar do aparente progresso, pode haver algum caminho a percorrer antes que os portos e os operadores de frete saibam exactamente qual será o ambiente comercial definitivo. Transportadoras e transportadores de carga que usam a rede portuária de "Roll-on Roll-off" do Reino Unido, em portos como Dover, Holyhead, Immingham e Portsmouth ainda não têm certezas sobre como serão os processos de fronteira pós-Brexit."
A perspectiva de deixar a UE pode ser relativamente menos conturbada em portos que lidam com cargas a granel ou contentorizadas, já que a adaptação dos actuais processos e sistemas deve ser mais fácil.
No entanto, adaptar novos controlos alfandegários e regulamentares nos portos Roll-on Roll-on do Reino Unido e da UE pode ser muito mais difícil. Esses portos movimentam, todos os dias, no seu conjunto, dezenas de milhares de veículos e trailers de veículos pesados acompanhados, ou não, pelos respectivos motoristas que viajam entre o Reino Unido e a UE. Este é mais da metade do comércio do Reino Unido com a Europa e foi estimado em 40% do valor do comércio marítimo total do Reino Unido.
De acordo com a ABP, a perspectiva de potenciais novos processos (mais demorados e onerosos) para os operadores de transporte de mercadorias, que utilizam este sector, continua a ser assustadora.
“Além das implicações de novos processos fronteiriços e transfronteiriços, também estamos empenhados em perceber o que o acordo significará em termos do ambiente regulatório sob o qual os portos vão operar. Dependendo de como um acordo final possa ficar, pode haver oportunidade para o governo rever certas regras derivadas da UE, como o Regulamento de Serviços Portuários, e criar um regime de planeamento e abertura mais propícia ao desenvolvimento de actividades e comércio portuário”, acrescentou Ballantyne.
O gabinete de Theresa May apoiou o acordo preliminar após meses de negociações extensas e difíceis entre os dois lados. Com base no que é conhecido neste momento, o acordo de 500 páginas estipula um período de transição congelado até o final de 2020, quando se espera que os dois lados cheguem a um acordo comercial.
O acordo cobre a solução financeira para a separação, os direitos e cidadãos da UE e britânicos no Reino Unido e na UE, respectivamente, e um mecanismo destinado a garantir que não haja fronteira entre a Irlanda, no bloco, e a Irlanda do Norte, no Reino Unido. 
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