14 de fevereiro de 2023

MSC envia porta-contentores de 1986 para reciclagem na Índia

A MSC vai descartar um porta-contentores pela primeira vez em quase quatro anos, já que as demolições no setor continuam a aumentar em pleno mercado de frete apagado.

A Linerlytica informou ontem que o MSC Floriana de 1.911 TEU, construído em 1986, servindo a linha intra-mediterrâneo da gigante italo-suíça, foi vendido por US$ 4,56 milhões, ou US$ 520/ldt, para reciclagem em Alang, na Índia.

Os bancos de dados mostram que a MSC adquiriu o MSC Floriana por US$ 25 milhões em setembro de 1994, antes de o vender para a Niki Shipping por um preço não revelado em dezembro de 2019, em regime de leasing. Em novembro de 2021, enquanto a MSC aumentava a sua frota no meio de taxas de frete historicamente altas, recomprou o navio de volta.

A última vez que a MSC vendeu navios para reciclagem foi em 2019: o MSC Ronit de 1.743 TEU, construído em 1990, e o MSC Mirella de 2.553 TEU, construído em 1989.

Dados da Linerlytica mostram que, desde o início deste ano, 13 navios (18.553 TEU) foram vendidos para demolição, contra apenas sete de 5.815 TEU reciclados no ano passado. No entanto, isto não é suficiente para restaurar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado, afirmou.

“O ritmo de desmantelamento precisa aumentar ainda até que se note uma diferença substancial nos números gerais da frota”, acrescentou a Linerlytica.

Outros operadores de linha que venderam navios para reciclagem este ano incluem Maersk, Evergreen, Straits Orient e Shreyas, bem como Wan Hai, que desmantelou 10 navios antigos.

A VesselsValue disse que o mês passado foi o mais ativo, desde julho de 2020, na entrega para desmantelamento, com todos os navios de contentores reciclados, até agora, a terem sido construídos na década de 1990.

A Global Marketing Systems, com sede em Dubai, uma importante compradora de navios para reciclagem, disse ontem que o seu principal abastecimento continua a chegar do setor de contentores “feeders”, com poucos panamax até agora. A falta de dólares americanos em Bangladesh e no Paquistão continua a fazer da Índia a primeira escolha para a reciclagem de navios.

Simon Heaney, diretor sénior de pesquisa da consultora Drewry, disse que até 600.000 TEU poderiam ser reciclados este ano, acrescentando: “não achamos que o mercado sejá capaz de evitar o excesso de capacidade.”

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