3 de maio de 2021

Para breve, centrais fotovoltaicas offshore (c/ tecnologia portuguesa)

As primeiras centrais fotovoltaicas marinhas flutuantes estão prestes a ver a luz do dia. Existem largas vantagens em produzir a energia solar no mar: podem ser libertadas valiosas áreas terrestres, utilizando áreas oceânicas que hoje são de pouca utilidade.

Além disso, a energia solar a partir do mar pode dar um impulso extra à produção de energia por, não só aumentar as áreas disponíveis para energia solar, como, ainda, permite um efeito de refrigeração natural para os painéis solares a partir da água. Este efeito fornece maior eficiência e otimiza a operação.

No entanto, o desenvolvimento de instalações sobre a água apresenta desafios. As instalações devem resistir a condições dinâmicas, incluindo ondas, vento e correntes e, simultaneamente, devem ser competitivas no preço. É aqui que os engenheiros e cientistas entram em cena.

“O nosso papel é resolver os desafios do mercado, estudando e testando as instalações. O objetivo é desenvolver soluções técnicas eficientes e rentáveis ​​para a energia solar”, afirma Nuno Fonseca, investigador sénior da SINTEF Ocean.

Recentemente, a equipa de Fonseca realizou um teste de modelo que mostra que as centrais solares flutuantes podem suportar muito – talvez tanto, que possam ser implementadas bem longe da costa.

Um relatório da Det Norske Veritas (DNV) aponta que a energia solar em 2030 deverá ser oito a dez vezes superior à de hoje, se quisermos atingir as metas do Acordo de Paris.

Se quisermos atingir os objetivos, devemos desafiar as soluções tradicionais. Agora, os investigadores do SINTEF testaram um modelo de uma ventral solar flutuante à escala de 1:13 na bacia do oceano. O projeto foi encomendado pela Moss Maritime and Equinor.

O modelo foi equipado com sensores que recolheram informações das ondas, movimentos e cargas nos pontos de amarração e conexão. A Moss Maritime usou isso para calibrar o seu modelo numérico, que mais tarde será usado para projetar e otimizar as instalações reais do Equinor.

No laboratório marinho do SINTEF, os investigadores desenvolvem projetos e constroem modelos de estruturas flutuantes que são testadas em condições físicas. Aqui, ondas, vento e correntes podem ser simuladas em tempo real. Os dados dos testes de modelo são usados ​​para encontrar áreas de melhoria nas instalações flutuantes e para verificar modelos numéricos – ou seja, simulações de dados do mesmo experimento. Isso é importante para poder documentar a resistência e a segurança das estruturas marítimas.

Investigação e inovação presente no projeto também fala português

A EDP é a única empresa portuguesa presente no grupo de trabalho internacional responsável pelo primeiro guia global de boas práticas para criação e desenvolvimento de projetos solares fotovoltaicos flutuantes. No total, são 24 as organizações que atuam nesta área energética, entre as quais estão empresas como EDF, Total, RWE, Acciona, Equinor, DNV ou Statkraft.

"A energia produzida a partir de painéis solares instalados em estruturas flutuantes, como albufeiras ou lagos, é uma tecnologia em desenvolvimento em vários países e com forte potencial para a produção de energia limpa, principalmente em zonas onde há escassez de terrenos disponíveis para instalar centrais solares. Embora seja uma tecnologia promissora, há ainda uma série de complexidades associadas à sua instalação, desenvolvimento e gestão que motivaram a criação deste documento de 'boas práticas'", segundo explicou a EDP.

Neste âmbito, a EDP desenvolveu um projeto-piloto na Europa na albufeira do Alto Rabagão, em Montalegre, numa localização escolhida para testar a produção de energia nas condições mais adversas. Dados os "bons resultados" do projeto no norte do país, a EDP planeia a instalação de uma nova central solar flutuante na albufeira do Alqueva, no Alentejo, com perto de 12 mil painéis.

À escala global, esta tecnologia está a ganhar dimensão. Em 2015, a capacidade de energia solar flutuante era de apenas 10 MW mas, no final de 2020, já somava 2 GW e, até 2025, a estimativa é de que estes projetos possam atingir uma capacidade total de 10 GW.

Saiba mais sobre esta iniciativa e os projetos mencionados AQUI (clicar)

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