O porta-contentores ONE Apus chegou ao porto de Kobe, no Japão, esta terça-feira, após uma jornada de oito dias desde que perdeu quase 1.900 contentores durante uma tempestade do meio do Oceano Pacífico.
O proprietário “Chidori Ship Holding LLC e o operador NYK Shipmanagement Pte Ltd poderão conferir os estragos, entre avarias e perdas, depois do navio ter atracado em segurança no Porto de Kobe, depois de perder 1.816 contentores no mar (estimativa provisória) depois de encontrar mau tempo no dia 30 de novembro de 2020.
Ao cais, o navio será alvo de uma inspeção completa de segurança e da restante carga por forma a revelar a extensão total dos danos.
De acordo com os números iniciais publicados pelos proprietários e operadora, foram perdidos cerca de 1.816 contentores no mar. Entre os perdidos estavam 64 unidades com Matérias Perigosas, incluindo 54 com fogos de artifício, oito contendo baterias e dois com etanol líquido.
Embora, de acordo com os proprietários e operadora, as condições climatéricas no momento da perda da carga tenha sido relatado como força do vento 4 na escala de vento de Beaufort, correspondendo a ventos de 13-18 mph, com mar de noroeste de 5 a 6 metros e ondulação larga. As cartas meteorológicas, no entanto, mostram alturas de ondas significativas de até 16 metros associadas ao sistema meteorológico encontrado pelo navio.
O ONE Apus é um porta-contentores de 14.000 TEU construído em 2019, com 364 metros de comprimento e que ostenta bandeira japonesa. O navio é operado pela Ocean Network Express no serviço Far East Pacific 2 (FP2) e é uma das sete unidades de14.000 TEU construídos para a ONE Line, estabelecida em 2017 através da fusão das carteiras de contentorizado das principais empresas de navegação japonesas Kawasaki Kisen Kaisha, Ltd (linha “K”), Mitsui O.S.K. Linhas (MOL) e Nippon Yusen Kabushiki Kaisha (NYK).
A presente perda de carga é considerada a maior da história neste tipo de tráfego. Muitos se têm perguntado como algo assim pode acontecer. No entanto, e muito embora uma perda de carga desta magnitude nunca tenha sucedido antes, a não ser situações que envolveram incêndio ou naufrágio, os anteriores incidentes do género poderão conter algumas pistas. São disso exemplo, os incidentes Svendborg Maersk (que perdeu 517 unidades no Golfo da Biscaia em 2014) e o MSC ZOE (que perdeu 342 unidades no Mar do Norte em 2019), que se constituem como as duas piores perdas de carga já registadas até ao presente incidente.
Caro Comandante, sugiro a correcção da frase "condições climatéricas" para "condições meteorológicas". Sobre o acidente, e as condições meteorológicas extremas em que o mesmo ocorreu, não se percebe muito bem como não anteciparam uma mudança de rota, sabendo-se da capacidade e dos meios de informação, que actualmente estão disponíveis, sobre a previsão das condições que vão encontrar.
ResponderEliminarJoão Daniel Gomesmes Luís muito bem perguntado é exactamente isso.
ResponderEliminarAcho que era evitável o que se passou mas...
João Daniel Gomesmes Luís muito bem perguntado é exactamente isso.
ResponderEliminarAcho que era evitável o que se passou mas...
Compreendo a pergunta. Ficam aqui algumas possibilidades:
ResponderEliminar1. O pacifico sul é uma área muito vasta, existindo muito menos sensores e boias que ajudam a uma previsão muito apurada. Existem as imagens de satelite e algumas estações nas remotas ilhas.
2. Mudanças rependinas, acontecem e 10 horas são suficientes para aquilo que ia deixar se o ser. (Podem ver a explicação do Cte do Anthem of the Seas, quando apanhado em ventos ciclónicos a 7 Fev 2016).
3. Falha mecânica do equipamento de peamento ou mesmo peamento insufeciente, levando a um colapso em cascata.
4. Razões comerciais, o navio está desenhado para navegar com o previsto e tinha chegada prevista para tal dia, com reboques e cais marcado. (a poucos dias no mar do norte um navio VLCC derramou carga pelas tubagens de ventilação dos tanques de carga porque a empresa rejeitou o pedido do Cte para procurar um abrigo, resultado o navio teve de aguentar a tempestade e sofre danos severos na carga e na estrutura, colocando a tripulação em perigo)