12 de junho de 2018

Repercussões da nova política italiana de recusar migrantes

A Câmara Internacional de Navegação (ICS) diz que a indústria marítima está "profundamente preocupada" com a nova política do governo italiano de fechar os seus portos a embarcações humanitárias de resgate de migrantes, que operam no Mar Mediterrâneo.
A preocupação da ICS resulta da recusa de acesso aos portos decretada ao M/V Aquarius, com mais de 600 migrantes resgatados ao largo da costa da Líbia, por parte da Itália e Malta, tendo-se a Espanha oferecido para o receber.
O ICS diz que a recusa da Itália em permitir que pessoas resgatadas desembarquem pode ter sérias implicações para a segurança e o bem-estar dessas pessoas em dificuldades, incluindo crianças e mulheres grávidas.
O ICS diz que a decisão da Itália de proibir navios humanitários repletos de migrantes resgatados inevitavelmente levará a uma pressão adicional sobre os navios mercantes que realizem resgates no mar.
"Se as embarcações das ONGs forem impedidas de desembarcar pessoas resgatadas na Itália, isso também terá implicações significativas para os navios mercantes e para o movimento do comércio em todo o Mediterrâneo, já que os navios mercantes teriam novamente que se envolver em um número maior de resgates", disse a ICS.
Segundo a Convenção sobre a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS) da Organização Marítima Internacional das Nações Unidas (OMI), os navios mercantes estão obrigados ao socorro de qualquer pessoa em perigo no mar.
Segundo o ICS, desde que a crise migratória no Mediterrâneo se intensificou há três anos, mais de 50.000 pessoas já foram resgatadas por navios mercantes, com muitos mais resgatados por embarcações militares e barcos operados por ONGs humanitárias.
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1 comentário:

  1. Os migrantes conhecem bem o SOLAS, sabem se vierem por mar serão resgatados. Porque não vem por terra? Será que gostam de arriscar a vida?

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