Assinala-se hoje, 8 de Junho,
o Dia Mundial dos Oceanos. Num país como o nosso, que é banhado pelo mar –
Oceano Atlântico, não vão alguns desconhecer – que liderou a epopeia dos
descobrimentos e que depende dessa imensidão de água para a sua sobrevivência,
seja ela alimentar, económica, social e energética, só se fala em plástico.
Desde manhã, todos os meios de comunicação social falam em plástico, garrafas, taras,
sacos, baleias arrojadas na Tailândia, Mar Mediterrâneo – que, por sinal, não
banha Portugal – por razão da efeméride decretada na Rio 2009. Por outras
palavras, somos obrigados a respeitar as agendas de grupos de pressão
estrangeiros, reiteradas pelos meios de comunicação social pouco assertivos,
para os quais é mais fácil publicar “as
notícias já feitas”, que esses grupos lhes fornecem.
Todos “gritam” que teremos
mais toneladas de plástico do que toneladas de peixe. Mas será que alguém já se
perguntou quantos peixinhos a indústria do papel já matou nos últimos meses só no
Tejo e no mar onde o lixo tóxico que despejam desagua?
Muito se fala nos
microplásticos que envenenam a cadeia alimentar. Alguém se preocupa com a
quantidade galopante de antibióticos despejados no mar pelas aquaculturas?
Festejar os Oceanos também é
alegria, vida, economia, saber e cultura. Devemos ensinar aos mais jovens por
que dependemos dos oceanos. Sempre pela positiva. Somos um país que depende do
transporte marítimo: já fomos uma potência marítima, agora “nem navios temos”. Mas, 90% do que exportamos
ou consumimos vai e vem por mar. Temos uma das melhores escolas de ensino
náutico do Mundo. Temos das melhores escolas de biologia marítima do Mundo, mas
o trabalho desenvolvido por elas não é assinalado e festejado – veja-se o
trabalho sobre os cavalos-marinhos na Ria Formosa.
Irra, que tanto plástico já cansa. Celebrem-se os Oceanos!
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