15 de junho de 2018

Produção da Bacia Permiana da América do Norte com números arrasadores

A Bacia do Permiano, que abrange os estados americanos do Texas e Novo México, conseguiu atingir valores massivos no negócio global de petróleo bruto, com a produção a crescer cerca de 1 milhão de barris / dia (bpd) nos últimos dois anos. Mas esse desempenho vai ser superado muito em breve. Durante a próxima meia década, o Permiano estará a reformular por completo o mercado, adicionando-lhe quase 3 milhões de bpd à actual produção, de acordo com uma nova previsão publicada pela IHS Markit em 13 de Junho.
O IHS Markit acredita que a produção de petróleo da Bacia do Permiano subirá 116%, dos 2,5 milhões de bpd, em 2017, para os 5,4 milhões de bpd em 2023 – mais que duplicará, portanto. A produção associada de gás natural deverá duplicar também (114%), de 7 mil milhões de pés cúbicos por dia (em 2017) para 15 bcfd (em 2023). A produção associada de gás natural liquefeito (GPL) deverá crescer de 105%, de cerca de 829.000 bpd no ano passado para 1.7 milhões bpd em 2023.
Para estimar o ganho projectado de 2,9 milhões de bpd na produção de petróleo bruto do Permiano, a IHS Markit acredita que a produção global de petróleo bruto aumentará 4,7 milhões de bpd durante o mesmo período. Por outras palavras, a Bacia Permiana, com estes números, poderá vir a representar 62% do aumento mundial de produção nos próximos cinco anos.
De acordo com o vice-presidente da IHS Markit, Daniel Yergin, “nos últimos 24 meses, a produção de apenas uma região - o Permiano - cresceu muito mais do que qualquer outro país ou região no mundo. Ao acrescentar 3 milhões de bpd até 2023 – mais do que a produção total actual do Kuwait – e ficaremos com um nível de produção que excede a actual produção de todos os países da Opep, à excepção da Arábia Saudita. O nível de crescimento é verdadeiramente impressionante".
A previsão da IHS Markit pressupõe que os preços do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) serão em média US $ 60 / barril durante os próximos cinco anos, que os produtores terão fluxo de caixa positivo apesar da inflação de custos.
Para os armadores, a rápida e contínua subida de produção da Bacia do Permiano tem implicações em três mercados: navios-tanque, transportadores de gás natural liquefeito (GNL) e navios-tanques de gás liquefeito de petróleo (GLP).
No sector petrolífero, a produção permiana significa que as refinarias do Golfo dos EUA permanecerão inundadas com petróleo leve e doce de origem doméstica, mantendo as cargas de importação da África Ocidental arredadas do mercado. Na frente de exportação, o aumento do crescimento no Permiano deverá traduzir-se num enorme aumento nos volumes de saída dos EUA.
De acordo com dados da Administração de Informação sobre Energia, as exportações de petróleo dos EUA tiveram uma média de 1,12 milhão de bpd durante o ano de 2017 e 1,71 milhão bpd durante os primeiros cinco meses e meio deste ano. A IHS Markit acredita que, em consequência do aumento da produção da Bacia Permiana, os EUA exportarão 4 milhões de bpd de petróleo em 2023.
“A Costa do Golfo tem a maior concentração de capacidade de refinação do mundo: quase 5 milhões de bpd”, explicou o IHS Markit. “Mas essas refinarias estão, no momento, perto das suas capacidades máximas com o processamento do petróleo de xisto, principalmente o Permian e o Eagle Ford. Com a região saturada com esses aumentos de produção, os excedentes deverão ser canalizados para os mercados de exportação”.
O futuro potencial de exportação de petróleo bruto, GNL e GLP, decorrente da produção da bacia do Permiano depende da superação de constrangimentos relativos à extensão do gasoduto e de outras restrições de infraestrutura.
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