9 de junho de 2018

Prédio de apartamentos? Não um navio de cruzeiro.

O ritmo de construção de novos navios de cruzeiro não abranda. À medida que o número de passageiros aumenta, há uma procura crescente por navios maiores e mais avançados. Em simultâneo, estão a ser aplicados desenvolvimentos tecnológicos inovadores na construção destes modernos navios, com alterações drásticas não apenas nas suas dimensões e equipamentos, mas também no que respeita aos materiais e tecnologia de construção. As mundialmente famosas marcas de cruzeiros, como a Royal Caribbean International, a Seabourn Cruise Line, a Celebrity Cruises, a MSC Cruises e a Star Clippers têm vindo a apresentar tecnologias únicas a bordo das suas modernas unidades. Estas inovações têm vindo a catapultar as viagens de cruzeiro para um novo nível.
Os actuais navios de cruzeiro são como gigantescos tubos flutuantes. Ao contrário dos edifícios em terra, a maioria das paredes é, na verdade, parte da estrutura do navio. “Fazer buracos” neste tubo gigante no processo de construção de diferentes partes do navio poderia enfraquecer toda a estrutura. Por isso parecerem paralelepípedos: são um tubo, embora quadrado.
O limite de tamanho para os navios de cruzeiro que passam pelo Canal do Panamá (que liga o Atlântico ao Oceano Pacífico) é conhecido como Panamax. As antigas especificações – que estavam em vigor desde a abertura do canal em 1914 – foram alteradas, desde que o terceiro conjunto de comportas do canal foi aberto em 2016, permitindo a passagem a navios maiores. Assim, o novo Panamax permite um comprimento máximo de 366 metros e uma largura máxima de 49 metros.
Para os projectistas deste tipo de navios o desafio está em conceber uma unidade em que os passageiros se esqueçam que estão nela confinados – amplas piscinas, slides e conveses de desporto e diversão, autênticos centros comerciais e jardins suspensos – ao mesmo tempo, que pretendem dar a dinâmica do movimento, lembrando-os de que estão em pleno mar – sacadas, varandas e plataformas de observação para o exterior – permitindo ao passageiro abstrair-se do ruído e não perceber que está em espaço confinado, mas em constante movimento, com paisagem aberta e em constante mutação.
Poderão parecer “feios”, “deselegantes” e, até, “monstros” aos mais puristas e conservadores amantes dos navios e dos mares. Até podem ser isso tudo, mas a lei do marketing diz que se faça o que os clientes querem, gostam e, acima de tudo, comprem.
Fotografia: Mitya Trotsky

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