Apesar da humanidade estar a alcançar um de seus objetivos mais desejados – o início do turismo espacial – com viagens comerciais à Estação Espacial Internacional (ISS), isso pode deixar uma herança nada agradável na Terra: poluição atmosférica. É que os lançamentos de foguetes provocam emissões de gases prejudiciais à atmosfera e poluentes.
As missões privadas geram poluentes e gases causadores do efeito estuda nos seus lançamentos. E apesar do seu impacto não ser tão grande quanto os da indústria aeronáutica global, será mais um problema a somar à crise climática.
A primeira das muitas missões planeadas pela NASA, chamada de Axiom-1, teve início no dia15. Nela, cinco homens de idade entre 52 e 71 anos pagaram cerca de US$ 55 milhões, cada um, pela passagem. O comandante da Axiom-1 afirmou não ser, ainda, turismo espacial, porque também foram realizadas pesquisas biomédicas.
No entanto, os impactos ambientais mencionados no começo do texto existem. Segundo Eloise Morais, professora da Universidade de Londres, o foguete utilizado para a missão tem dois níveis: o booster que contém a maior parte do combustível (cerca de quatro quintos) e retorna a terra para ser reutilizado, e um segundo nível, descartável.
Para impulsionar a nave até a estação, é necessária energia obtida a partir da reação de combustão entre querosene e oxigénio líquido – isso liberta subprodutos prejudiciais ao meio ambiente, gases que agravam os efeitos estufa: dióxido de carbono e vapor d'água.
No seu lançamento, um foguete liberta esses elementos e outros poluentes em mais de uma camada atmosférica. Nas médias e altas, podem persistir por anos pela menor quantidade de reações químicas em relação às mais baixas.
Tomando como exemplo os foguetes Falcon, da empresa de Elon Musk Space X, o combustível querosene dessas máquinas é constituído por uma mistura de hidrocarbonetos, que reagem com o oxigénio líquido, produzindo os gases atrás citados, além de partículas de fuligem, responsáveis pela forte absorção de raios solares.
A emissão da fuligem neste caso também não é tão elevada quanto na indústria aeronáutica, mas tem efeito potencializador nas camadas altas da atmosfera terrestre.
Outros elementos poluentes, como o óxido de azoto (NOx), também se formam no lançamento por razão das elevadas temperaturas. Ao entrar em contato com a camada de ozono na estratosfera, as suas partículas convertem o ozono em azoto, enfraquecendo-a.
Apesar de muito desejada e representar um passo de gigante para a humanidade, as viagens espaciais frequentes terão efeitos colaterais, potencialmente desastrosos, que devem ser estudados e solucionados. Mantê-las com as desvantagens citadas no texto pode alterar o clima na Terra e prejudicará, irreversivelmente, o avanço na reparação da camada de ozono.
As partículas convertem ozono (O3) em azoto (N2) ???
ResponderEliminarBastará haver libertação de nitrogénio que ele se combinará com o ozono
ResponderEliminar