6 de maio de 2022

Sigmund Freud e o enigma da reprodução das enguias

Em 1876, o jovem Sigmund Freud apenas com 20 anos, era um estudante de medicina. Em março daquele ano, mudou-se para Trieste, no oeste da Itália, para uma missão muito pouco gloriosa, mas que poderia resolver um mistério milenar: o sexo das enguias.

Durante séculos, acreditou-se que a vida poderia ser gerada de uma forma espontânea. Foi Aristóteles que primeiro mencionou o mito acerca da reprodução das enguias: enquanto em, praticamente, todos os mamíferos, aves, répteis e peixes eram observáveis os órgãos genitais, nada disso se verificava nas enguias. Segundo o filósofo grego, esses animais saíam diretamente da areia para a vida, sem fase larval ou algo semelhante.

Durante milhares de anos se acreditou na possibilidade da abiogénese – ou geração espontânea. Foi o cientista Francesco Redi, em 1668, que desconstruiu a tese com uma experiência com larvas. Para isso, colocou carne em dois potes e aguardou que o material estragasse. Num deles, que ficou descoberto, verificou o surgimento de larvas de mosca. No outro, que ficou coberto, observou que não havia manifestação dos insetos. Assim, ele entendeu que a carne era apenas o local onde os insetos depositavam os ovos e não o motivo origem da vida dos insetos.

No entanto, até o século passado, nenhum cientista conseguira desvendar a misteriosa reprodução das enguias. Anteriormente, um pesquisador havia encontrado uma maravilhosa dica, que ainda não resolvia o problema: ele achou o útero de um desses peixes.

Freud foi enviado a Trieste para dissecar e encontrar o par que marcaria a comprovação da sexualidade nesses peixes. O médico austríaco abriu o corpo de 400 enguias em busca de um mísero testículo. Segundo os diários da pesquisa, coordenada pela Universidade de Viena, Sigmund teria encontrado um único espécime que mantinha o órgão reprodutor sexual. A descoberta foi o máximo que conseguiu mas, por algum motivo, nunca foi publicada.

Anos depois, um outro pesquisador que havia embrenhado nessa pesquisa inglória, demonstrou que, na verdade, as enguias vivem boa parte das suas monótonas e elétricas vidas na Europa. Porém, quando chegam ao estádio adulto, migram para o mar dos Sargaços, perto do Triângulo das Bermudas. O seu corpo altera-se por completo e vão para o fundo do mar, onde mantém relações sexuais e procriam. Ali multiplicam-se e depois seguem rumo para todos os cantos do mundo.

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