A cooperativa de produtores “Terras de Sal”, de Castro Marim, acusa a União Europeia e Portugal de estarem «em risco de ceder ao lóbi das multinacionais, no conceito do sal biológico», colocando em causa a sobrevivência dos produtores artesanais.
Em causa está um relatório da Comissão Europeia, publicado em Agosto, que propõe que «todos os tipos de sal, mesmo os processados industrialmente e os não amigos do ambiente, sejam contemplados com o rótulo, ignorando as recomendações dos seus próprios especialistas».
Na quinta-feira, dia 28, haverá uma reunião decisiva com o Comité de Produção Orgânica (COP), «onde vão ser provavelmente concluídas as diretrizes sobre o sal biológico».
Segundo a cooperativa, «os produtores de sal artesanal tradicional estão contra esta nova regulamentação», que consideram «uma séria falha na proteção dos consumidores e uma ameaça à sobrevivência da salicultura tradicional».
Desta forma, pedem uma posição urgente do Governo português para a alteração desta proposta de regulamentação.
Segundo o que se sabe, «o relatório em causa ignorou a posição da maioria dos especialistas em sal que foram consultados pela Comissão Europeia para o efeito», pretendendo os burocratas de Bruxelas que, praticamente, todos os tipos de sal possam beneficiar do rótulo BIO da União Europeia (UE).
«Três dos peritos foram peremptórios em afirmar que o sal extraído de mina e o produzido industrialmente em vácuo (vacuum salt) não têm condições, face aos seus métodos de produção, para receberem o selo de produto biológico. Apenas o quarto especialista, alemão, sugeriu, precisamente, o contrário».
Segundo os produtores em Espanha, França e Portugal esta será a “total subversão do conceito de sal biológico” em favorecimento dos interesses económicos do sal industrial. Portugal, simplesmente, não se pronunciou, mostrando-se alheado da problemática.
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