1 de outubro de 2021

Em tournée pela Europa, Wally, a morsa, chega à Islândia

Os especialistas esperam que ele esteja a descansar e constituir reservas de gordura antes de retornar ao Ártico para procurar companheira

Quando Wally, a morsa, desapareceu após mais de cinco meses de aparições no Reino Unido e na Irlanda, intercaladas com visitas à França e Espanha, os observadores temeram o pior.

Mas depois de cerca de três semanas no mar, ele ressurgiu na Islândia, parecendo mais magro, mas muito mais perto da sua casa, no Ártico.

Foi avistado pela primeira vez há algumas semanas por pescadores na foz de um fiorde no sudeste do país, sobre um paredão. Desde então, fixou residência num cais de barcos na cidade pesqueira de Höfn, onde tem atraído um fluxo constante de visitantes – incluindo, segundo consta, o chefe da polícia local. Os fãs também têm seguido os seus movimentos, de forma remota, através de uma webcam.

Os especialistas têm esperança que ele esteja a descansar e a acumular reservas de gordura para voltar e se juntar a outras morsas no Ártico, onde poderá, em breve, estar na busca de uma companheira.

Lilja Jóhannesdóttir, bióloga que mora em Höfn e trabalha no centro de pesquisa natural do sudeste da Islândia, que tem vindo a monitorizar Wally, disse que o animal tem seguido alguns barcos até o porto e já subiu o próprio cais de atracação. Desde então, ele foi visto novamente no cais por outras duas vezes, a mais recente na segunda-feira.

Embora não seja inédito o aparecimento de morsas na área – Jóhannesdóttir diz que também houve avistamentos de morsas em 2013 e 2017 - esse não é um comportamento comum.

Durante as suas viagens pela Europa, Wally afundou vários barcos na Irlanda e nas ilhas de Scilly e teria sido atingido por um no oeste da França. Mas desde que chegou à Islândia, o mamífero marinho de 800 kg parece estar a passar bastante tempo em paz, dormindo e saindo para se alimentar.

As morsas macho amadurecem aos sete anos de idade, pelo que têm muitos anos para vaguear, crescer e obter dentes mais longos.” Depois, precisa encontrar um grupo e lutar com outros machos para ter acesso às morsas fêmeas.

Melanie Croce, diretora executiva da Seal Rescue Ireland, que tem trabalhado com outros grupos de resgate para monitorizar Wally, disse que depois de uma longa viagem à Islândia, durante a qual perdeu muito peso, provavelmente estará à caça de comida em águas rasas. Em seguida, segundo se espera, quando reunir forças suficientes, ele continuará sua jornada para o norte – e desaparecerá da vista humana. "Isso significa que ele fez o resto do caminho até o Ártico e está com os da sua própria espécie."

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