27 de setembro de 2018

Os depuradores farão sentido daqui a meia dúzia de anos?

Daqui a alguns anos, pode ser difícil conseguir combustível para o qual os purificadores foram idealizados e que muitos armadores pensam instalar.
Daqui a cinco ou seis anos, pode ser completamente inútil ter um depurador instalado num qualquer navio já que, muito provavelmente, será muito difícil obter a mistura de combustível pesado tradicional, para a qual os armadores pretenderam instalar esta tecnologia.
Quando a directiva global sobre enxofre entrar em vigor no 1º de Janeiro de 2020, os armadores enfrentam a opção de navegar com combustível de baixo teor de enxofre (inferior a 0,5%), ou instalar depuradores que possam limpar o enxofre das emissões dos navios
O argumento dado pelos analistas que apoiam a instalação de depurador em vez de abastecer combustível com baixo teor de enxofre, tem sido a grande economia que pode ser obtida navegando com combustível com alto teor de enxofre. Dizem eles, que a diferença de preço entre os dois tipos de combustível será tão grande que fará sentido financeiro usar o HFO.
No entanto, esta opção poderá representar uma solução financeiramente sustentável apenas a curto prazo. A partir de 2020, poderá não ser lucrativo para as refinarias produzirem o HFO, com alto teor de enxofre. Diminuindo, drasticamente, a procura a partir de 1 de janeiro de 2020 e imediatamente antes dessa data, o preço do óleo combustível pesado cairá significativamente. Embora possa parecer bom para os armadores, as refinarias que o produzem perderão muito dinheiro. E nós sabemos como funcionam estes gigantes da indústria: ao perderem incentivo do preço – as refinarias teriam de perder muito dinheiro para o produzir – simplesmente, acabarão por parar de o produzir.
Por outro lado, a tecnologia empregue nestes equipamentos de purificação do ar de evacuação poderão ter uma vida útil de até 10 anos, pela simples razão de que alta acidez produzida na água de lavagem, colocará a fiabilidade e o bom funcionamento em causa – pode ler-se num relatório técnico da Intertanko. Estes dois factos estão a pôr toda a indústria à beira de um ataque de nervos.
Fonte

Sem comentários:

Enviar um comentário