Cerca de 8,8% da capacidade deve ser retirada do mercado da Ásia para a Europa pelas transportadoras marítimas nas próximas 12 semanas.
A CMA CGM anunciou que cancelará cinco viagens no período em torno da Semana Dourada da China, removendo cerca de 100.000 TEU do mercado da Ásia para a Europa.
Os serviços 1, 2, 5, 7 e 8 da French Asia Line (FAL) da companhia foram suspensos para o feriado nacional de sete dias que vai de 1 a 7 de outubro.
Não deu qualquer razão para a mudança, mas uma fonte assegura que: “Podem ecoar os medos sobre um declínio geral das taxas, que alguns clientes estão, ansiosamente, antecipando no quarto trimestre. Há que juntar as pontas para poder determinar os fatores por trás da decisão.”
“No entanto, devemos ser muito cautelosos ao fazer essas avaliações e vamos esperar para ver como outras partes interessadas reagem ou se movimentam.”
Embora a fonte tenha acrescentado que os cancelamentos “não predizem, necessariamente, desgraça e melancolia”, parece que a decisão da CMA CGM não foi tomada de forma isolada.
De acordo com documentos já conhecidos, a 2M Alliance da Maersk e MSC retirará 10% de sua capacidade no comércio entre o atual momento e o feriado chinês, anulando sete viagens, enquanto a THE Alliance retira 18%, anulando 10.
Comentadores sugeriram que o fracasso de materialização de uma temporada alta na preparação para a Golden Week provavelmente levou as linhas a reduzir a capacidade, à medida que procuram formas de manter as tarifas que, recentemente, “colapsaram”, principalmente nas rotas Ásia-Europa.
O ex-corretor Mike Wackett, comentou: “Não houve temporada alta este ano e as perspetivas de procura são muito fracas no quarto trimestre. Acho que as operadoras adotarão a mesma abordagem radical que fizeram no início da pandemia e eliminarão uma enorme capacidade de oferta e, como ficou provado, aumentarão as taxas”.
Enquanto isso, outros apontaram para a crescente lista de problemas e mudanças no ambiente operacional que influenciam as decisões das transportadoras para viagens suprimidas.
O chefe de frete marítimo da DHL Global Forwarding para as Américas, Goetz Alebrand, apontou greves, congestionamentos e escassez de equipamentos como fatores de influência e acrescentou: “Ainda há muitas incógnitas, dada uma possível recessão global, e os constrangimentos da cadeia de abastecimentos são visíveis por todo o mundo.
“A nossa atualização da DHL Ocean Freight também destaca que a situação do equipamento (contentor) também permanece sob pressão, especialmente para contentores de 40 pés.”
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