28 de junho de 2020

Satélites revelam importantes fugas de metano


No outono passado, os satélites da Agência Espacial Europeia detetaram enormes plumas do metano, que aquece o planeta, originárias de fugas do gasoduto Yamal, que transporta gás natural da Sibéria para a Europa.
A consultoria de energia Kayrros estimou que a fuga estava a permitir a saída de 93 toneladas de metano por hora, o que significa que as emissões diárias deste vazamento eram equivalentes à quantidade de dióxido de carbono produzida por 15.000 carros nos Estados Unidos durante um ano.
A descoberta, que não foi relatada, faz parte de um esforço crescente de empresas, académicos e alguns produtores de energia para usar a tecnologia espacial para encontrar as maiores fugas de metano à medida que o potente gás captador de calor se acumula, rapidamente, na atmosfera.
A Kayrros, que está a analisar os dados de satélite, disse que outra fuga próxima estava a deixar passar a uma velocidade de 17 toneladas por hora e que havia informado a operadora da Yamal Gazprom sobre estas descobertas este mês.
A Gazprom não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários sobre as fugas identificadas pela Kayrros.
Até agora, as estimativas das emissões de gases de efeito estufa das indústrias baseavam-se, principalmente, em cálculos aproximados do que é derramado pelos canos de escape e chaminés, com base na quantidade de energia consumida pelas pessoas e empresas.
As novas descobertas por satélite de fugas de metano podem levar a regimes regulatórios mais rigorosos visando o gás natural, antes visto como um combustível fóssil "limpo", à medida que os governos procuram combater as mudanças climáticas, dizem os especialistas.
"O que isto nos mostra agora é que a prevenção dessas fugas de combustíveis fósseis pode realmente ter um impacto maior do que o previsto anteriormente", disse Joeri Rogelj, cientista climático do Imperial College de Londres, um dos autores dos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. (IPCC).

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