O
projeto Northern Lights procura capturar CO2 de fontes industriais em terra e
transportar CO2 líquido por navio e oleoduto para um local de armazenamento
offshore abaixo do Mar do Norte para armazenamento permanente. Ilustração
cedida pela Equinor
O
plano da Noruega para um projeto de captura e armazenamento de carbono em
grande escala pode acabar em desastre financeiro, de acordo com um novo
relatório que inclui uma maior estimativa de custo para o empreendimento.
O
provável custo de construção e operação do projeto em 10 anos – a maior parte
financiada pelo governo – pode chegar a 25 mil milhões de coroas suecas (US $ 2.600
milhões), de acordo com um relatório independente publicado pelo governo na
quinta-feira. Isso representa 8.000 milhões de coroas a mais do que o estimado
em estudo anterior, embora o mesmo tenha coberto, apenas, cinco anos de
operações.
Os
legisladores no início deste ano pressionaram o governo a preparar o projeto
para uma decisão de investimento neste outono, mas o relatório mais recente,
provavelmente, dará a alguns políticos motivos para o repensar. A Noruega,
maior produtora de petróleo da Europa Ocidental, está relutante em gastar
dinheiro com as caras tecnologias de captura e armazenamento de carbono, depois
de uma anterior tentativa falhada.
O
projeto em questão, envolve a captura de dióxido de carbono de um ou dois
locais industriais na Noruega, transportando-o em navios e enviando-o para o
Mar do Norte para armazenamento subterrâneo. Para que seja lucrativo, as emissões
de dióxido de carbono precisariam custar 10 vezes mais do que custam hoje, de
acordo com o relatório mais recente.
Se o
parlamento der luz verde ao plano, o estado norueguês cobrirá cerca de 80% do
custo, enquanto empresas como Equinor ASA, Total SA e Royal Dutch Shell Plc,
que administrariam o lado de transporte e armazenamento, financiariam o
restante.
Uma
série de empresas industriais europeias, incluindo a Air Liquide SA e a
ArcelorMittal SA, assinaram acordos não-obrigatórios com a Equinor em setembro
para ingressar no projeto da CCS, numa fase posterior, fornecendo CO2 para
armazenamento no offshore da Noruega. Mesmo assim, o governo norueguês assume
que necessitará de mais apoio internacional e industrial para prosseguir com o
projeto.