Dizem que uma imagem vale
mais que mil palavras... A fotografia do capitão Arma a desembarcar do seu
navio, o Diamond Princess, em Yokohama, no Japão, conquistou o coração e o
reconhecimento de milhares de pessoas, acabando por ser considerado um 'herói'
depois de ter sido a última pessoa a deixar o navio de cruzeiro.
Durante anos, o sector de cruzeiros
tem vindo a ser associado a maus exemplos de comportamentos e éticas, distanciando
essas práticas do romantismo cavalheiresco, eternamente associado aos
marinheiros desde a era vitoriana. Embora a realidade nunca tenha sido
coincidente com a narrativa cinematográfica, acidentes gravíssimos como o do “Sewol”
e o do “Costa Concordia”, cujos capitães, por razões que só eles podem
explicar, abandonaram os respectivos navios antes dos seus passageiros e tripulantes
se encontrarem a salvo (e de outros acusados, noutros navios e noutros
contextos, de comportamentos menos dignos), vieram “demolir” o estatuto ético e
cavalheiresco do comandante escrupuloso e experiente “lobo-do-mar”.
Na verdade, o que se pede a
um comandante é que lidere a expedição. Por outras palavras, que tenha fé na
sua crença, seja apaixonado pela sua missão, tenha capacidade de fazer escolhas
difíceis, com algum nível de auto-sacrifício. Tenha a capacidade de conquistar
o respeito da sua tripulação, (re)conhecendo-lhe os pontos fortes e fracos,
entendendo que as pessoas são a fonte do seu sucesso, tendo capacidade de as
motivar e incentivar. O homem Gennaro Arma, capitão do navio de cruzeiro
Diamond Princess, é um desses.
O capitão Gennaro Arma
nasceu em Sorrento, Itália, e começou a trabalhar para a Princess Cruise Lines
em 1998 como cadete. Subiu na hierarquia corporativa da empresa, tornando-se o
capitão do Diamond Princess em 2018. É casado e vive na Itália com a esposa e o
seu filho pequeno.
Há um mês, a maioria das
pessoas não conhecia o capitão Gennaro Arma, a menos que tivesse trabalhado ou
navegasse com ele. No entanto, com o propagar do Coronavírus e do medo que
tomou conta de todos, o mundo pôs os olhos no Diamond Princess, quando este foi
obrigado a ficar em quarentena.
Nessa mesma altura, começou
a ser dada atenção ao jovem capitão que conseguiu evitar o descontrolo e o
pânico geral a bordo, mantendo o espírito da tripulação e dos hóspedes
(passageiros) o mais elevado possível, naquelas circunstâncias limite. Além
disso, manteve as recomendações de quarentena, sem qualquer treino e apoio médico,
a todos os que estavam confinados a bordo e, ao mesmo tempo, manteve a
descrição e humildade, pelo que o seu nome se tornou um feito que valerá a pena,
não só, mencionar, como, celebrar.
Esse reconhecimento é
público e surge nos twits, postagens
no Facebook e vídeos espontâneos compartilhados sobre ele pelos passageiros do
navio, em alguns dos quais se pode ler:
"Uma razão pela qual não ocorreu pânico entre os
passageiros foi a liderança do capitão"
– hóspede.
Durante o período de
quarentena do Diamond Princess, o mundo celebrou o Dia dos Namorados, abraçando
os seus amados e com jantares românticos. O capitão Arma colocou o seu dever mais
alto, uma vez mais, e lembrou a importância da fé e do amor enviando às pessoas
que se encontravam a bordo chocolates em forma de coração, com uma citação da
Bíblia sobre o amor, que afirma:
"O amor suporta todas as coisas, acredita em todas
as coisas, espera todas as coisas, suporta todas as coisas."
Por estas atitudes, podemos
ver a empatia e a capacidade de comando que muitos a bordo daquele navio reconheceram
no Capitão Gennaro Arma.
Numa declaração à Newsweek, um porta-voz da Princess Cruises acrescentou:
"Agradecemos ao capitão Arma e aos seus oficiais seniores pela sua
liderança e, em simultâneo, ao excepcional serviço prestado pela nossa tripulação
a bordo.”Fonte
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