A 74ª sessão do Comité de Protecção
ao Meio Ambiente Marinho (MEPC) da IMO terminou na sexta-feira sem acordo sobre
as propostas apresentadas para reduzir os GEEs (emissões de gases de efeito
estufa) no transporte marítimo.
Entre elas, estava uma
proposta francesa e grega, apoiada por 120 companhias de navegação, para impor
um limite de velocidade obrigatório no transporte de contentores.
No entanto, a IMO concordou
em voltar à proposta na próxima reunião do grupo de trabalho de GEE, marcada
para novembro.
A IMO estabeleceu uma meta
de redução de 50% nas emissões marítimas até 2050. Em 1 de janeiro de 2020, o
limite de 0,5% de enxofre do combustível da IMO entra em vigor em todo o mundo,
o que deverá reduzir, substancialmente, as emissões de enxofre dos navios.
A carta de intenções que propunha
as restrições de velocidade de navios debatidas pelo MEPC, na semana passada, referia
haver uma “necessidade urgente do transporte marítimo contribuir, apropriadamente,
para a luta contra a mudança climática” com a implementação da “regulamentação
obrigatória de velocidades do transporte marítimo global, diferenciada por tipo,
categoria e tamanho de navio”.
No entanto, vários transportadores
globais, incluindo a Maersk Line e a Hapag-Lloyd, questionaram a capacidade de
fiscalização dos procedimentos de slow
steaming, chamando a atenção que a consequência de reduzir a velocidade aos
navios se traduziria na necessidade de mais navios para compensar as lacunas
nos serviços, o que resultaria em novas encomendas prematuras, em vez da
necessidade de investimentos em tecnologia em navios neutros em carbono.
As linhas de transporte eram
apoiadas por várias organizações de navegação, incluindo a Câmara de Transporte
do Reino Unido, cujos responsáveis argumentaram que “não havia evidências de
que reduzir a velocidade teria um impacto significativo nas emissões”, além de
que “o transporte marítimo tem vindo a diminuir durante os últimos anos e a
produção de carbono não diminui de forma significativa.” A organização conclui,
ainda, que “se as propostas fossem aceites, isso desestimularia a pesquisa, o
desenvolvimento, a engenharia e a construção das respostas necessárias à
descarbonização.
“Mesmo que os armadores
estejam gastando bilhões, essas propostas diriam: 'você pode continuar usando
óleo combustível pesado, mas vá um pouco mais devagar'.”
A informou que houve “pouco
apetite” na reunião do MEPC por limites de velocidade obrigatórios. Os
Estados-Membros tinham "manifestado preocupação" de que a restrição
da velocidade do transporte marítimo "reduziria a eficiência do transporte
marítimo".
O secretário-geral da ICS (Câmara Internacional de Navegação) Guy
Platten disse sobre este assunto: “Embora as medidas de curto prazo sejam
importantes, a ICS continua a afirmar que a IMO precisa agir rapidamente para
considerar as medidas críticas de longo prazo que ajudarão a indústria a atingir
a meta muito ambiciosa de 50% de redução global das emissões de GEE até 2050,
independentemente do crescimento do comércio.”Fonte
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