18 de dezembro de 2023

Impactos da guerra do Médio Oriente nas redes logísticas mundiais

A companhia de transporte marítimo CMA CGM Group, com sede em Marselha, um player global em transporte e logística, disse no sábado que havia suspendido todos os embarques de contentores através do Mar Vermelho na sequência de ataques a embarcações comerciais na região.

A decisão vem depois de uma escalada dos ataques houthis do Iémen a navios mercantes que levantou preocupações de segurança do comércio global, com as regiões do Mar Vermelho e o Golfo de Aden a tornarem-se cada vez mais voláteis.

“Temos vindo a tomar nos últimos dias medidas de prevenção para garantir a segurança de nossas embarcações e suas tripulações que navegam nessas águas. A situação está-se a deteriorar ainda mais e a preocupação com a segurança vem aumentando”, disse o grupo com sede em Marselha em comunicado.

“Como tal, decidimos instruir todos os navios porta-contentores da CMA CGM na área, programados para passar pelo Mar Vermelho, para aportar a áreas seguras e suspender a sua jviagem em águas seguras, com efeito imediato até novo aviso.”

A Mediterranean Shipping Company (MSC) confirmou hoje que até que a passagem do Mar Vermelho ser segura, os navios da MSC não transitarão pelo Canal de Suez para o Leste e para o Oeste.

“Já agora, alguns serviços serão redirecionados para passar pelo Cabo da Boa Esperança. Essa interrupção afetará os horários de navegação em vários dias dos navios destinados ao trânsito pelo Suez. Pedimos a sua compreensão para as difíceis e atuais circunstâncias”, disse a MSC.

Foi revelado pela empresa que em 15 de dezembro o navio porta-contentores MSC PALATIUM III foi atacado pelas 09:37 UTC, enquanto transitava pelo Mar Vermelho sob subfretamento para a Linha Messina.

Todos os tripulantes são relatados em segurança, sem feridos, enquanto o navio sofreu danos limitados de incêndio e foi retirado de serviço.

Os incidentes levantaram temores de que as cadeias de suprimentos globais possam ser severamente interrompidas se os ataques continuarem.

Especialistas em transporte marítimo relatam agora que, se os navios se afastarem do Canal de Suez, isso causará interrupções, especialmente dadas as restrições em curso devido à seca no Canal do Panamá.

Neste caso, as taxas de risco deverão ser impactadas, pois a incerteza dá oportunidade para aumentos das taxas.

 

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