26 de abril de 2019

Preocupação no sector ressegurador marítimo


Embora, em geral, o valor total das perdas importantes permaneça estável, a contínua erosão da base dos prémios globais leva a que as perdas se estão a tornar muito mais significativas. O aumento do risco de grandes sinistros, cada vez mais complexos e dispendiosos, tem o potencial de causar impacto em todos os sectores marítimos de garantia, em 2019.
A União Internacional de Seguros Marítimos (IUMI) apresentou a sua visão sobre o estado actual dos mercados de seguro de casco, carga e de energia offshore na sua Conferência da Primavera, em Hamburgo, entre 7 e 8 de abril de 2019.
Perdas totais de casco
Embora a frota global tenha continuado a crescer à volta de 3% em 2018, o número de perdas totais (de navios com mais de 500 GT) situou-se no nível mais baixo dos últimos 20 anos. Apenas 21 perdas totais foram registadas no ano passado, provando uma tendência geral de queda testemunhada desde 2010. A redução foi observada em todas as classes de navios. Foram registados, em 2018, 900 incidentes, representando 1,6% da frota global (ou 1,2% em GT).
Seguro de carga
Devido a uma desaceleração do crescimento económico global (previsão de redução de 3,2% em 2018 e 2,8% em 2020), a OMC espera que o crescimento do comércio mundial caia para 3,7% neste ano (de 3,9% em 2018). Em resultado, as perspectivas de transporte são variáveis. O comércio de contentores deverá crescer 4,8% em 2019, contra um crescimento da frota de apenas 2,6%, o que indica uma recuperação modesta nas taxas de frete. No entanto, factores como a desaceleração da economia, o aumento das tarifas e o aumento dos custos de combustível têm o potencial de travar qualquer crescimento futuro.
Perdas de carga
As perdas por catástrofes naturais em 2018 foram inferiores às de 2017, embora significativas e incluíram os furacões Florence, Michael e o tufão Jebi. O incêndio no Maersk Honam em março de 2018 será, provavelmente, a maior avaria grossa da história.
É crescente a preocupação sobre a recente onda de incêndios a bordo dos navios, incluindo os Sincerity Ace, Yantian Express, APL Vancouver, ER Kobe e Grimaldi Grande America.
Embora a IUMI não possa especular sobre as causas desses incêndios, questões antigas, tais como má declaração de carga e insuficientes embalamento, carregamento, rotulagem e transporte de cargas perigosas serão, provavelmente, factores preponderantes.
Outros problemas significativos incluíram a perda de contentores ao mar, nomeadamente os mais de 300 contentores perdidos pelo MSC Zoe no Mar do Norte.
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