Embora, em geral, o valor total
das perdas importantes permaneça estável, a contínua erosão da base dos prémios
globais leva a que as perdas se estão a tornar muito mais significativas. O
aumento do risco de grandes sinistros, cada vez mais complexos e dispendiosos,
tem o potencial de causar impacto em todos os sectores marítimos de garantia, em
2019.
A União Internacional de
Seguros Marítimos (IUMI) apresentou a sua visão sobre o estado actual dos
mercados de seguro de casco, carga e de energia offshore na sua Conferência da Primavera, em Hamburgo, entre 7 e 8
de abril de 2019.
Perdas totais de casco
Embora a frota global tenha
continuado a crescer à volta de 3% em 2018, o número de perdas totais (de navios
com mais de 500 GT) situou-se no nível mais baixo dos últimos 20 anos. Apenas
21 perdas totais foram registadas no ano passado, provando uma tendência geral
de queda testemunhada desde 2010. A redução foi observada em todas as classes
de navios. Foram registados, em 2018, 900 incidentes, representando 1,6% da
frota global (ou 1,2% em GT).
Seguro de carga
Devido a uma desaceleração
do crescimento económico global (previsão de redução de 3,2% em 2018 e 2,8% em
2020), a OMC espera que o crescimento do comércio mundial caia para 3,7% neste
ano (de 3,9% em 2018). Em resultado, as perspectivas de transporte são variáveis.
O comércio de contentores deverá crescer 4,8% em 2019, contra um crescimento da
frota de apenas 2,6%, o que indica uma recuperação modesta nas taxas de frete.
No entanto, factores como a desaceleração da economia, o aumento das tarifas e
o aumento dos custos de combustível têm o potencial de travar qualquer crescimento
futuro.
Perdas de carga
As perdas por catástrofes
naturais em 2018 foram inferiores às de 2017, embora significativas e incluíram
os furacões Florence, Michael e o tufão Jebi. O incêndio no Maersk Honam em
março de 2018 será, provavelmente, a maior avaria grossa da história.
É crescente a preocupação sobre
a recente onda de incêndios a bordo dos navios, incluindo os Sincerity Ace,
Yantian Express, APL Vancouver, ER Kobe e Grimaldi Grande America.
Embora a IUMI não possa
especular sobre as causas desses incêndios, questões antigas, tais como má
declaração de carga e insuficientes embalamento, carregamento, rotulagem e transporte
de cargas perigosas serão, provavelmente, factores preponderantes.
Outros problemas significativos incluíram a perda de contentores ao mar,
nomeadamente os mais de 300 contentores perdidos pelo MSC Zoe no Mar do Norte.Fonte
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