Um estudo da BIMCO sugere que a carteira total de pedidos
de novos navios atingiu o seu ponto mais baixo em 17 anos, por causa do
COVID-19.
No entanto, a frota continua a crescer. A BIMCO observou
que, apesar disso e do aumento das demolições, as frotas continuam a crescer
porque, em termos de volume, os navios entregues são muito maiores do que os
demolidos.
“O aumento contínuo no fornecimento de navios, apesar de cada
vez maiores demolições e menores contratações, não pode ser ignorado, já que o
volume do comércio mundial deverá cair consideravelmente este ano, não se prevendo
que retorne aos níveis pré-pandémicos até, pelo menos, 2022.
"Embora o declínio nas contratações resulte em
desaceleração do crescimento da frota nos próximos anos, o equilíbrio nos
mercados de transporte pode se revelar ilusório nos próximos anos", disse
Peter Sand, analista-chefe de shipping da BIMCO.
A análise considera navios de granéis sólidos, contentores
e petroleiros e mostra que a carteira de pedidos se contraiu em 50%, embora as
entregas de navios novos se tenham mostrado mais resilientes, diminuindo apenas
2%.
A carteira de encomendas de novos navios porta-contentores
caiu 10,3% nos últimos 12 meses, para seu nível mais baixo desde setembro de
2003, enquanto as entregas caíram 39,5% em relação ao mesmo período de 2020.
Isso em comparação com os navios de granéis sólidos, que atingiram
o seu menor nível de carteira de pedidos desde abril de 2004 e 34,7% menor que
2019. No entanto, os navios de granéis sólidos entregues são, consideravelmente,
maiores do que 2019 em 31,8 m DWT nos primeiros sete meses de 2020 em
comparação com os 22,6 m DWT em 2019.
" os efeitos da pandemia afetaram de forma rápida a
atividade de contratação de novas construções, com proprietários e investidores
a mostrar pouco apetite por novos navios", disse Sand.
Sobre a demolição de navios antigos, a BIMCO afirma que a
diminuição do apetite por novos navios coincide com um momento em que muitos
proprietários procuram livrar-se dos navios antigos existentes, devido à
escassez de mercado e a outros fatores relativos a obrigações de índole
ambiental.
As demolições de navios de granéis sólidos e contentores
aumentaram 80,9% e 26,3%, respetivamente, atingindo os 8,8 milhões DWT de
capacidade de granéis sólidos e 152.770 TEU de navios porta-contentores enviados
para demolição desde o início do ano.
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