Navios perdem contentores devido às más condições climatéricas na África do Sul
A Autoridade de Segurança Marítima Sul-Africana (SAMSA) anunciou que está em curso uma operação de busca por contentores de carga que se soltaram dos navios ao longo do corredor do Oceano Índico da África do Sul, no mês passado.
Dois navios, o MV CMA CGM Belem e o MSC Antonio, foram recentemente afetados por temporal severo, o que resultou em perdas de carga e outros danos.
A 28 de agosto de 2024, o MSC Antonio, um navio de contentores com bandeira liberiana, encontrou situação de mar revolto a cerca de 29 milhas náuticas a nordeste de Port St. Johns, África do Sul.
O incidente ocorreu enquanto o navio navegava de Colombo para Nova Iorque. Resultou na perda de 46 contentores no mar e danos em outros 305.
O MSC Antonio está agora atracado em segurança na Cidade do Cabo, onde passará por uma inspeção completa e reparações necessárias. Felizmente, não foram relatados ferimentos na tripulação.
A Autoridade de Segurança Marítima Sul-Africana emitiu um aviso à navegação e instou o público a relatar quaisquer avistamentos dos contentores perdidos.
A SAMSA e os peritos de seguros realizaram uma busca aérea e avistaram 19 contentores na região do Cabo Oriental. No entanto, ainda está a ser determinado se são do MSC Antonio ou do CMA CGM Belem.
O CMA CGM Belem, um navio de contentores com bandeira maltesa, experimentou um problema semelhante a 15 de agosto de 2024, perdendo mais de 99 contentores na costa da Baía de Richards devido a temporal severo.
O navio procurou inicialmente o refúgio na Baía de Maputo antes de ser redirecionado para Gqeberha (Port Elizabeth).
Uma busca aérea localizou posteriormente contentores a flutuar na Costa Selvagem, mas não foi possível fazer qualquer ligação direta ao CMA CGM Belém.
Num outro incidente relacionado, o CMA CGM Benjamin Franklin relatou ter perdido 44 contentores no início de julho.
Os especialistas da indústria alertaram que os navios que se desviam das rotas do Mar Vermelho podem encontrar condições climatéricas severas em torno do Cabo da Boa Esperança, uma região propensa a tais situações.
A SAMSA continua a dar prioridade à segurança das tripulações, dos navios e do ambiente. Exorta o público a evitar o manuseamento de detritos e a alertar as autoridades locais ou o Centro de Coordenação de Resgate Marítimo (MRCC) se detetar algum contentor arrojado na costa.
As empresas de salvação procuram alternativas após a operação de reboque do petroleiro, atacado no mar Vermelho, ser considerado insegura
A missão naval da União Europeia anunciou a 3 de setembro de 2024, que as empresas privadas envolvidas na operação de resgate do MT Sounion, um navio-tanque atacado por Houthis do Iémen, no Mar Vermelho, estão a procurar soluções alternativas depois de a operação de reboque ter sido considerada insegura.
O navio de registo grego, atingido pelas forças Houthi, a 21 de agosto de 2024, carrega cerca de um milhão de barris de petróleo bruto.
Tanto o Houthis como as fontes marítimas relatam que o petroleiro foi armadilhado com explosivos.
A força naval da UE Operation Aspides comprometeu-se a proteger os rebocadores envolvidos na operação de salvamento. A missão continua focada na salvaguarda da liberdade de navegação dos navios mercantes.
As empresas privadas responsáveis pela operação de salvamento determinaram que os requisitos para a realização da operação de reboque não estão cumpridos e que não era seguro prosseguir.
O potencial de um derrame de petróleo do Sounion representa um sério risco ambiental.
Se o navio derramar a sua carga, poderá resultar num dos maiores derrames de petróleo da história, ultrapassando a catástrofe Exxon Valdez de 1989 em quase quatro vezes.
A operação é ainda complicada pelos incêndios contínuos a bordo e pela presença de explosivos, que exigiam a reavaliação do plano de salvamento.
Apesar das ameaças, os Houthis permitiram que a equipa de resgate rebocasse o navio em segurança. A tripulação do navio já foi evacuada.
A Delta Tankers, o operador da Sounion, recusou-se a comentar, referindo-se à declaração da Operação Aspides.
Três pessoas familiarizadas com a questão discutiram os riscos envolvidos na operação de salvamento. Uma fonte descreveu o esforço como uma operação cirúrgica, enquanto outra afirmou que as avaliações iniciais subestimaram as complicações, exigindo um aumento dos recursos e pessoal técnico.
Os Houthis afirmam que estas ações se enquadram em solidariedade com os palestinianos durante o conflito em curso de Israel-Hamas em Gaza. Afundaram dois navios, deviaram outro e mataram pelo menos quatro marítimos.
A SMIT Salvage, uma empresa holandesa, foi contratada para assumir as operações de salvamento. Isto ocorre um ano depois da SMIT ter removido, com sucesso 1,1 milhões de barris de petróleo do deteriorado FSO Safer, um navio de armazenamento de petróleo abandonado na costa do Iémen.
A operação, apoiada pelas Nações Unidas, impediu um potencial desastre ambiental de 20 mil milhões de dólares.