A introdução de controlos aduaneiros físicos depois do Brexit
seria uma catástrofe para os portos e navios britânicos e provavelmente
reduziria o volume comercial, disse na quarta-feira o chefe do sector da
indústria britânica.
A primeira-ministra, Theresa May, disse que quer um acordo
aduaneiro com a União Europeia que permita que o comércio sofra “a mais baixa
fricção possível", mas poucos acreditam que os bens se possam continuar a movimentar
de forma tão perfeita quanto integrado no bloco.
“O cenário de pesadelo seria ter fronteiras alfandegárias físicas...
seria absolutamente uma catástrofe para os portos e para o nosso sector”, disse
Guy Platten, director-executivo da Câmara de Transporte do Reino Unido, à
imprensa.
Guy Platten acrescentou, “De repente ficamos com filas intermináveis
de camiões, cancelamentos de viagens... toda a cadeia de abastecimento seria
completamente afectada, sabendo-se que 95% do comércio internacional da
Grã-Bretanha é movido via navio e que a indústria suporta 250 mil postos de
trabalho. Dover, na costa sudeste da Inglaterra, é o porto de ferry mais
movimentado da Europa, por onde passam, actualmente, cerca de 500 camiões não
comunitários e cerca de 8 mil da UE por dia, acrescentou. Se os camiões da UE
enfrentarem os mesmos controlos aduaneiros que os camiões não comunitários,
todo o processo será desacelerado, afectando especialmente bens como alimentos
frescos.”
A Câmara de Transporte do Reino Unido, que representa
170 empresas, incluindo empresas europeias como a sueca Stena Line, a dinamarquesa DFDS e a francesa Brittany Ferries, diz que o volume de camiões que passaram
por Dover aumentou 150% entre 1992 e 2015. Os controlos aduaneiros na UE foram removidos
a partir de 1993.Fonte
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