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30 de novembro de 2018

Noruega publica relatório preliminar sobre abalroamento da fragata


Os membros da guarnição da fragata norueguesa KNM Helge Ingstad parecem não ter percebido, em tempo útil, que o navio-tanque Sola TS se estava a movimentar, segundo o relatório preliminar de acidentes marítimos da Agência de Investigação de Acidentes da Noruega.
Os dois navios colidiram em 8 de Novembro, ao largo do terminal de Sture, no município de Øygarden, no condado de Hordaland, na Noruega. A fragata sofreu danos significativos e afundou vários dias depois.
De acordo com o relatório, quando o terminal se tornou visível ao KNM Helge Ingstad, o Sola TS estava ao lado do terminal e o convés do navio-tanque estava bem iluminado.
Além disso, os resultados do relatório mostram que, à distância, seria difícil distinguir as luzes do navio-tanque das luzes do terminal. Além disso, as luzes não se moviam enquanto o petroleiro ainda estava junto do cais.
"É altamente provável que ambos os factores tenham dado à guarnição da KNM Helge Ingstad a impressão de que as luzes pertenciam a um objecto estacionário", acrescentou o relatório.
“O uso de luzes do convés pelo petroleiro após a partida também levou a que a tripulação da Helge Ingstad não tivesse conseguido identificar as luzes de navegação no Sola TS. Quando a KNM Helge Ingstad, pelas 04:00 horas, declarou não poder virar a estibordo, baseava-se na percepção continuada de que as luzes estavam paradas e que uma curva para estibordo os levaria contra o objecto aceso.
“Acreditavam, ainda, que estavam a comunicar com um dos três navios que estavam a monitorizar no radar. Só depois, tarde demais, a guarnição da KNM Helge Ingstad se apercebeu de que estavam em rota de colisão, tendo sido já impossível evitar a colisão.”
Antes do incidente, a fragata navegava ao sul, em águas costeiras ao norte de Bergen, em modo de treino de navegação.
O Centro de Monitorização de Trânsito de Navios na ilha de Fedje (Fedje VTS) foi notificado de que, durante a sua passagem em direcção ao sul, o navio da Marinha navegaria a uma velocidade de 17-18 nós. O AIS a bordo da fragata estava definido apenas para o modo receptor.
Nessa altura, o petroleiro de bandeira maltesa Sola TS preparava-se para partir do terminal, carregado com petróleo bruto. O navio tinha um piloto a bordo e foi auxiliado ao terminal por dois rebocadores. Segundo o relatório, havia outras três embarcações a navegarem na direcção norte na área, ao sul do terminal de Sture. Quando a Sola TS deixou o cais, as luzes de navegação e as luzes do convés estavam acesas.
Aproximadamente às 03:57 o piloto observou o eco de uma embarcação no sentido sul no radar, que cruzava sua linha de rumo, mas não tinha sinal AIS da embarcação.
O piloto chamou Fedje VTS e pediu o nome da embarcação que navegava em direcção ao petroleiro. O VTS respondeu não ter informação sobre esse navio.
O piloto e o capitão do Sola TS tentaram entrar em contacto com a embarcação de outras formas, incluindo apontando a lâmpada Aldis; o piloto solicitou uma mudança de rumo de 10 graus para 000 ° ao capitão do Sola TS.
Logo que o Fedje VTS informou o Sola TS que o navio seria, possivelmente, a KNM Helge Ingstad, o piloto chamou a fragata e pediu para guinar, imediatamente, para estibordo.
A tripulação da ponte da fragata respondeu que não podiam virar para estibordo antes de passarem pelo objecto que viam no seu estibordo.
Logo após as 04:00 h, a fragata estava a aproximadamente 400 m do Sola TS. Como a embarcação naval não mudasse de rumo, tanto o piloto quanto a Fedje VTS pediram que a fragata agisse. Pouco tempo depois, a KNM Helge Ingstad realizou uma manobra de evasão, mas já era tarde demais e os dois navios colidiram.
A fragata perdeu o controlo do leme e da propulsão, desviando-se desgovernada para a margem, onde encalhou. Quando começou a embarcar água, a sua tripulação foi evacuada.
A AIBN planeia continuar a investigação, agora focada em factores humanos, colaboração na ponte, treino e procedimentos, controlo de tráfego, linguagem e comunicação, tecnologia e escolhas técnicas, operacionais, organizacionais e estratégicas.
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