Se os navios com petróleo bruto do Qatar forem proibidos de
entrar nos portos dos países vizinhos, isso poderá provocar algum impacto
negativo no mercado VLCC, embora os de Aframaxes e Suezmaxes possam vir a
beneficiar, segundo a consultora Poten & Partners, reflectindo sobre as
implicações da crise do Qatar no mercado petroleiro.
Sendo o carregamento complementar uma prática comum no Médio
Oriente, a necessidade que se apresenta aos transportadores de produtos,
especialmente os envolvidos nas cargas de nafta, que têm de dividir cargas com um
carregamento em porto no Qatar, poderá criar maior procura por dimensões de petroleiros
de produtos MR e Panamax menores (LR1).
Por outro lado, reduzirá o recurso a navios maiores, de
tamanho Aframax LR2, de acordo com a Poten & Partners.
No curto prazo, as ineficiências provocadas pela incerteza da
evolução da crise, o mercado adicionou um pequeno prémio às taxas de navios petroleiros
a carregar no Médio Oriente. Segundo explicou a consultora, mesmo que a crise se
prolongue, embora não se agrave, os mercados, rapidamente, se ajustarão e se normalizarão.
A Reuters informou, entretanto, que os custos de transporte
de combustível e de petróleo bruto do Qatar aumentaram à medida que os clientes
estão a dividir cargas em navios menores que os Suezmax, para poderem ser
carregados de forma separada, tanto no Qatar como nos Emirados Árabes Unidos.
Ao contrário da importância do país no mercado de GNL, o
Qatar é um pequeno player nos mercados de petróleo. Combinado, o Qatar exporta pouco
mais de 1 milhão de b / d de produtos petrolíferos brutos e refinados, quase
que exclusivamente para a Ásia. Além disso, o pequeno estado do Golfo é um
importante exportador de nafta, muita dela carregada em navios-tanque LR2 em
Ras Laffan, antes dos navios se dirigem para a Arábia Saudita, o Kuwait ou os
Emirados Árabes Unidos para complementar com carga de cru.
Em 5 de junho, a Arábia Saudita, o Egito, o Bahrein e os
Emirados Árabes Unidos reduziram os laços diplomáticos com o Catar.
Na sequência da decisão (em 5 de junho) dos países,
liderados pela Arábia Saudita, concordarem em reduzir as relações diplomáticas
e comerciais, foram suspensas viagens marítimas de e para o Qatar, cujos portos
não permitem grandes calados.Fonte
Sem comentários:
Enviar um comentário