Na sequência do pedido de
falência Hanjin Shipping Co., toda a comunidade do shipping e imprensa
especializada vieram expor e explicar os impactos provocados na cadeia de
fornecimentos, a nível mundial, dando relevo aos milhões de televisores da LG
que não chegariam aos grandes armazéns americanos a tempo dos feriados de Acção
de Graças e do Natal, e de, até, no atraso na substituição de uns milhões de um
novel telemóvel da Samsung, que saíra com defeito.
Pois bem, minhas senhoras e meus
senhores, baixemos à terra e pasmemos com as tais consequências da disrupção do
transporte marítimo provocado pela falência da Hanjin Shipping Co.: os
pertences de uma família ficaram retidos um navio ao largo da costa de Los
Angeles. Quando jogamos para trás das costas e dizemos "não é
comigo", afinal talvez seja.
Quando a família Jamal se decidiu
mudar dos Estados Unidos para o Dubai, antecipou embarcar no que seria uma
aventura, mas nunca pensaram num pesadelo.
Todos os seus pertences estão presos dentro de um contentor Hanjin
ao largo da costa, porque a empresa entrou com o pedido de protecção contra
credores devido a falência, o que resultou na paralisação de todos os seus
embarques. Após a apresentação de insolvência, 93 dos seus navios ficaram
paralisados ao largo dos portos, por falta de fundos financeiros, num esforço
para encontrar soluções para conseguir a descarga de milhares de milhões de
dólares de carga embarcada nos navios. Como as coisas estão, ninguém saberá quando
a família Jamal possa vir a recuperar os seus pertences. Se é que alguma vez os
vai recuperar…
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